sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Revista a 2017: o momento!

Depois de muito pensar, o momento mais marcante de 2017 foi a festa de encerramento da campanha da JPNT na Quinta da Malafaia.

Admito que estava inclinado para escolher as eleições autárquicas em si ou a campanha eleitoral, mas este evento na Quinta da Malafaia é mais marcante para o desenrolar dos outros 2 "candidatos".

Na arte da guerra quando queremos atacar um inimigo entrincheirado ou fortificado só existem 2 opções válidas: um ataque surpresa onde ele se encontra ou uma ataque pesado prolongado a partir de uma posição mais distante.

A festa na Quinta da Malafaia não respeitou nenhuma destas 2 regras e acabou por ser uma armadilha para quem a organizou já que os vídeos, fotografias e comentários que saíram dela, em grande parte por elementos simpatizantes da JPNT, era de um grande apoio popular, uma demonstração que a campanha tinha atraído as pessoas e os votantes e que a vitória poderia ser um cenário a equacionar.

Naquele sábado, dia 30 de Setembro, após a festa de encerramento da campanha, Esposende acordou com clarinetes das redes sociais a anunciarem uma vaga de fundo muito forte para com a JPNT e a preverem um resultado histórico para a oposição desde que o PSD assumiu o poder autárquico no concelho.

Tais clarinetes não só despertaram os mais desatentos para o fenómeno JPNT mas também despertaram a máquina laranja para a necessidade de todos irem às urnas, de que ninguém podia ficar em casa e despertou também algum provável eleitorado do PS, ou CDS, ou PCP para a necessidade de um voto útil no PSD contra o regresso de João Cepa à direção da Câmara Municipal e se o 2º vereador ficou relativamente a poucos votos de distância, caso a Quinta da Malafaia não tivesse sido o que foi hoje poderíamos estar perante um outro resultado ainda mais favorável à JPNT.

Não quero com isto dizer que o motivo da derrota da JPNT tenha sido esta festa de encerramento mas tenho a profunda convicção, não tenho um facto científico que mo diga cabalmente, foi um elemento que atraiu mais votos ao PSD do que propriamente à JPNT e isso desencadeou o resultado das eleições e a atual configuração do executivo.

Se estivéssemos nas artes da guerra, diria que a JPNT estacionou as tropas em campo aberto à frente do forte e quando atacou todos já sabiam o que esperar.

Mas a "Malafaia" pode-se não esgotar nestas eleições e pode muito bem servir de exemplo para os futuros candidatos da oposição esposendense.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Concertos de Natal em Esposende.

Mais um ano, mais um conjunto de concertos e teatro protagonizados e coordenados pela Escola de Música de Esposende, Coros de Pequenos Cantores de Esposende e pelo Coro Ars Vocalis.

Não me peçam para ser crítico musical nem para discursar profundamente sobre a produção musical, mas se existe alguma coisa que penso perceber minimamente bem são os movimentos sociais que existem sobre certas causas e atividades e os concertos de Natal protagonizados por estas 3 entidades foram um bom exemplo de que lentamente a sociedade esposendense se reencontra consigo própria e começa a viver e desfrutar daquilo que produz.

Ter este tipo de eventos cheios faz com que a dinâmica social seja mais elevada e que se criem novos pontos de contacto, de aproximação e de discussão de ideias e isso apenas pode ser positivo.  

Ter 2 concertos no salão dos Bombeiros, em 2 dias seguidos, cheios e tendo de apresentar bilhete à entrada, no caso do espetáculo Dons de Natal, é algo que parecia um sonho muito distante à um par de anos atrás.

Ter a sala do Fórum Esposendense cheia para assistir às performances dos alunos da Escola de Música de Esposende a uma 5ª-feira de um dia de trabalho é algo que parecia um sonho muito distante à um par de anos atrás.

Podem-me dizer que eram pais, familiares, irmãos dos artistas mas a verdade é que à um par de anos atrás muitos desses não se interessavam por este tipo de espetáculos e um longo caminho foi sendo realizado até termos Concertos de Natal no sentido clássico da palavra

Dá-me um enorme prazer saber que as gerações vindouras possam ter este tipo de atividades e de eventos que com certeza vão enriquecer a sua juventude e com certeza os tornarão adultos mais competentes e inovadores, e desculpem o desabafo, quem me dera a mim ter tido possibilidades de ter tido este tipo de atividades na minha infância!

Não poderia acabar este artigo sem saudar os professores da Escola de Música de Esposende e a coordenadora da Ars Vocalis Helena Venda Lima por este trabalho de fundo que representa um salto e representa um salto civilizacional da nossa sociedade, e isso é muito mais importante do que um ligeiro salto no ordenado médio na nossa sociedade. 

Revista a 2017: o "não assunto"!

As famosas letras a dizer "Esposende" junto ao Farol de Esposende.

Se queríamos um bom exemplo do que foi um quase-caso, que não foi um caso e apenas pareceu ser um caso pela repercussão que teve na redes sociais, as letras foram o melhor exemplo disso nos últimos anos.

Muito se escreveu nas redes sociais sobre estas letras.

Uns gostaram, outros detestaram, outros ainda acharam que as letras deveriam estar noutro local e outros, como eu, acharam que finalmente as pessoas estavam a olhar para o que se poderia fazer naquela praça, outros ainda achavam que o dinheiro gasto naqueles sinais foi um valente desperdício.

Pessoalmente não sou um grande adepto deste tipo de sinalética e de publicidade sendo um inegável veículo de promoção da marca "Esposende" nas redes sociais e quem estuda o fenómeno turístico nas novas gerações sabe que quase tão importante como aquilo que vêm e experienciam num destino turístico é as recordações nas redes sociais que conseguem deixar. Uma verdade inegável é que desde que elas lá estão vejo muita mais gente naquela praça do que via quando elas lá não estavam, o que nos levaria hoje a outra discussão: a gestão de espaços públicos no nosso concelho.

Como sociedade, temos cada vez mais de discutir o que fazer com as nossas praças e os nossos edifícios públicos (o Museu Municipal têm um potencial de renovação elevado) e não esperar que algo ou alguém tome conta deles e apenas nessa altura se queira discutir o seu rumo e assim evitar o caso "Coliseu do Porto" em que toda uma cidade acordou para a necessidade quando a IURD queria dar um rumo a um espaço até ai em decadência.

Em resumo, tudo segue calmo na Praça das Lampreias e podemos começar a pensar em fazer mais eventos naquele local que é sempre um excelente postal deste concelho.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Ex-Presidente do Sporting visitou Esposende.

Soube-se na praça que Pedro Santana Lopes, ex-presidente leonino, esteve novamente em Esposende, depois de num passado recente ter marcada presença em campanha autárquica na Malafaia.

O motivo da visita, quiçá por ter falado há dois meses para 2000 sociais democratas, foi desta vez apenas uma almoço de amigos (seria o núcleo local do Sporting?). Apesar de divulgar por sms a agenda para o sábado pelo distrito, o almoço na margem sul do concelho terá sido coisa só para amigos ou para o núcleo duro.

Pedro Santana Lopes, em boa verdade, não precisa de apresentar-se muito.  Para o bem e para o mal toda a gente o conhece. Pessoalmente, gosto do registo do homem. Verdadeiramente “um tipo simples” e uma boa alma. Não fosse a sacanice de um certo Presidente da República e talvez Santana nunca tivesse caído do Governo, e aquela fraude histórica que nos Governou durante 6 anos nunca tivesse tido um lugar ao sol.

Ao que parece o presidente da concelhia do PSD local terá comparecido no comício, naquilo que não poderá ser tido de outro modo que não uma expressão de apoio, apesar de ainda não haver relatos de que o mesmo seja pública. Certo é que Santana está rodeado, com algumas excepções é certo, de um bom grupo de boa gente. Evidente porém que o discurso que teve durante os últimos anos permitiu agregar a si uma parte significativa das tropas de Passos Coelho.

Assim sendo, Santana, o tipo que tem mais vidas políticas que os gatos, é sempre um naturalmente bom candidato à Presidência do actualmente maior partido da oposição.


Do outro lado apresenta-se Rui Rio, que ao que me é dado saber ainda não visitou Esposende, nem sabemos se o fará.

Rui Rio é de há alguns anos a esta parte o homem à espera da vaga de fundo. Durante anos escudou-se na Presidência da Câmara do Porto para não avançar (governar com a troika mais que certa não era um projecto apelativo!) Na sua ausência avançaram outros para manterem viva a chama do tradicional “cavaquistão”.

Desta vez Rui Rio não tinha escolha! Era agora ou nunca.  E se escolha não teve, teve azar! A vaga de fundo não surgiu e nem o McNamara arranjaria onda capaz de dar um grande empurrão a Rio que tenta agora nadar contra a máquina social democrata alinhada por dentro.

Ao contrário de Santana, sobre Rio não tenho sequer opinião. Nunca contactei com ele, não sei se é um “fixe” ou se é um “careto”. Sei que gostava de o ter visto avançar noutro tempo, ainda que dadas as circunstâncias não creio que tivesse feito melhor que Passos. A “ingenuidade” de Passos levou-o a fazer o que tinha que ser feito mesmo sabendo que isso lhe ía custar uma corrida no fim do mandato! Na volta o povo percebeu o porquê e até confiou nele reelegendo-o!
Mas Rio, não sei se teria sido tão despreendido da imagem política.

Estão assim lançados os dados.

Há contudo algo que não percebo: Santana mudou assim tanto em 9 anos? E depois de ter sido Primeiro-Ministro e candidato vencido em directas de 2008, trará algo de novo agora? Tenho as minhas dúvidas. Pode ter uma ou outra melhores companhias, mas não irá muito além disso.

Aliás, olhando para alguns dos apoiantes facilmente se percebem que estão ali a pensar na sucessão e não propriamente em Pedro Santana Lopes.

Ou eu muito me engano ou PSD corre o risco de voltar à travessia que fez até à chegada de Passos Coelho: escolhem-se líderes para o Partido esquecendo-se o mais importante - escolher líderes para o país.

É certo que o PSD tem um longo caminho a fazer para aspirar a um bom resultado nas próximas legislativas! Este registo de “país das maravilhas” já o vivemos com o “sócratino” e sabemos como vai acabar, mas também sabemos que as pessoas tendem a embarcar em fantasias até que a coisa descambe muito! Não creio por isso que Santana ou Rio tenham grandes hipóteses de vencer umas próximas legislativas, mas sei, como aliás toda a gente sabe, que se o povo tivesse que escolher numas legislativas entre Santana e Rio, seria o “provinciano do norte” (como o consideram alguns) a vencer este duelo.

Bom era que o PSD pensasse nisso.

E depois deste “exame de consciência” feito… Paguei as quotas!

E a 13 de Janeiro de 2018, se usar o meu direito de voto, será para escolher um líder para o Partido e para o País - a pensar de outro modo teria pago quotas do glorioso que pelo menos davam desconto em combustível.



Nota final: o título do post leva apenas em consideração que a generalidade da população preocupa-se mais com futebol do que com política,  tomemos por isso vantagem disso.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Juntos Somos +,mais um passo em frente.

A Associação Desportiva de Esposende (ADE) continua na linha da frente e avança com o seu projeto solidário: Juntos Somos +.

Tendo como objetivo ajudar atletas carenciados a continuar a sua prática desportiva, este projeto visa na medida do possível encontrar parceiros na sociedade civil que permitam encontrar serviços e produtos para colmatar as dificuldades dos atletas e permitir a prática desportiva dentro da comunidade ADE.

Não só este projeto é algo raro na realidade do nosso concelho (e quem sabe no nosso distrito) no quadro das instituições desportivas mas ele também traz uma nova realidade, o clube desportivo que dá à comunidade!

Com ele, a ADE passa a retribuir de uma forma direta e mensurável aos outros e caminha de uma forma inequívoca para ser uma instituição e não apenas um clube.

Fica o contacto para quem quiser participar nesta iniciativa: solidarioade@gmail.com ! 



Meia-Maratona, 10 anos depois.

E 10 anos depois voltamos a ter uma Meia-Maratona em Esposende.

Depois das edições de 2000 a 2004, houve uma edição organizada pela Inatel em 2007 onde apenas podiam participar atletas federados ou membros da Inatel o que lhe retirou na altura o brilho da participação dos atletas amadores. 

Por muito que tenha apreciado participar na Corrida da Primavera, senti que ter 3 provas com sensivelmente a mesma distância seria algo incomportável a médio prazo e que a Corrida do Ano Novo e a Corrida da Marginal à Noite têm outra capacidade de atração que a Corrida da Primavera não consegue ter, mas penso que para dar lugar a esta prova a mudança é bem-vinda.

Mas esta prova não nos dá boas perspetivas apenas no campo desportivo, mas também no campo turístico.

Uma prova destas permite mais facilmente ter pessoas a deslocarem-se a Esposende por maior período de tempo e a ficar no concelho por mais dias que servirá como um cartão de visita do concelho para o bom e para o mau.Seria interessante a organização oferecer o pack de hospitalidade o mais rápido possível para que se consigam convencer os corredores a ficar por cá.

Será também necessário articular bem a questão do estacionamento para quem se deslocar de carro, já que a confusão em outras provas nunca deixa boas recordações a ninguém e também com a nossa restauração, já que o afluxo de pessoas a horas estranhas pode sempre causar algum caos e tornar a experiência menos agradável.

Interessante também seria idealizar uma mascote mais apelativa do que aquela que foi idealizada para a Corrida da Primavera para tornar a prova ainda mais marcante.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Pluralidade Religiosa pelo Natal.

Em tempos já abordei este tema, mas aproveitando o espírito de Natal é importante relembrar novamente esta temática, já que se todos nos lembramos de quem o celebra temos também de nos lembrar de quem não o celebra..

As diferentes crenças religiosas que estão presentes no nosso concelho são continuamente esquecidas ficando a sensação que apenas a Igreja Católica Apostólica Romana têm capacidade de organização, de profecia e capacidade de mobilização para algo que não seja apenas a sua atividade religiosa.

Olhando para a recente campanha eleitoral onde este assunto é continuamente esquecido e pela atitude que as diversas instituições deste concelho têm para com as diferentes crenças religiosas ao longo dos anos é muito claro que eles vivem à margem da sociedade esposendense e que a sua contribuição poderia ser maior naquilo que se configura num ciclo vicioso por de afastamento.

E esta situação têm de ter os dias contados.

As diferentes crenças religiosas podem oferecer à sociedade esposendense  uma outra amplitude de soluções para os seus problemas sociais, pode oferecer novos tipos de eventos, podem ainda oferecer um novo ponto inicial, e algo revolucionário, numa saudável convivência entre o mundo político/institucional e estas crenças no que seria uma saudável demonstração da laicidade do Estado, algo que este concelho necessita.

Se tenho de aceitar as demonstrações religiosas da Paróquia de Santa Maria dos Anjos nas nossas principais praças também tenho de aceitar as demonstrações religiosas das Testemunhas de Jeová e dos Adventistas do 7º Dia apesar do seu menor impacto histórico na nossa sociedade.

Urge que de uma vez por todas esta lacuna na nossa sociedade seja corrigida.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Obra de regime 2017/2021


Embora pouco aprofundada, uma das questões lançadas para discussão aquando da última campanha eleitoral foi a da inexistência de um espaço multiusos no concelho, para a realização de eventos e actividades, de natureza cultural e desportiva.
As soluções a que o Município recorre invariavelmente são, desde há muito, insuficientes. O Auditório Municipal está encravado num prédio para habitação. Os pavilhões escolares são de construção antiga, sem conforto e dimensão para as exigências dos dias de hoje.
Impõe-se, por isso, um equipamento desta natureza que colmate uma manifesta carência no nosso concelho. Diria mesmo que esta obra é mais urgente do que o Parque da Cidade.
Espero, pois, que o tema venha a constar da agenda do executivo camarário para os próximos 4 anos, preferencialmente, nos primeiros lugares e não como mera intenção programática. Quantos mais anos Esposende adiar a construção de um equipamento multiusos, mais se afastará da linha da frente da modernidade e competitividade que tanto ambiciona.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Um grande, grande mistério

No passado dia 30 de Novembro assinalaram-se 6 anos do falecimento de João Oliveira Martins.
Trata-se de um dos mais prestigiados esposendenses do século XX: deputado, secretário de estado, ministro e bastonário da ordem dos engenheiros. Um currículo impressionante. 
Não obstante todas as responsabilidades e vida em Lisboa, Oliveira Martins nunca deixou de manter uma forte ligação ao seu berço: apoiou e envolveu-se activamente nas instituições locais (Santa Casa da Misericórdia e Fórum Esposendense) e publicou algumas obras de cariz local. Todos os anos, marcava o ponto nas cerimónias da Semana Santa. 
Num bastião do PSD, como é Esposende, Oliveira Martins foi, a par de Couto do Santos, o esposendense que mais se destacou no partido, a nível nacional. Estranho, por isso, que nem o PSD Esposende, nem o Município, tenham, até hoje, promovido qualquer homenagem à sua figura e memória. Este reparo é, igualmente,  aplicável às instituições locais que Oliveira Martins apoiou. Nem a Santa Casa da Misericórdia ou o Fórum Esposendense criaram, por um exemplo, um prémio em sua homenagem.
Um grande mistério, portanto. Sobretudo, quando o concelho não prima, propriamente, por ter muitos "filhos" que se tenham destacado, nas suas funções, a nível nacional.