quinta-feira, 15 de junho de 2017

Na Cepa Torta

A pouco mais de 100 dias de os esposendenses regressarem às urnas para decidirem a quem confiar a gestão do concelho nos próximos 4 anos, apenas são conhecidas, à data, duas candidaturas: Benjamim Pereira (PSD) e João Cepa (Juntos pela Nossa Terra). 
Tratam-se das duas candidaturas mais fortes que se irão apresentar a votos e de onde sairá o vencedor. Em contraste, nem PS, nem CDS, apresentaram ainda o respetivo candidato. À primeira vista, seríamos tentados a concluir que tal ausência se deverá ao facto de estes partidos terem entendido que não valerá a pena disputar um combate onde ficarão sempre aquém dos principais concorrentes. No entanto, o decurso dos acontecimentos nos últimos meses, revela-nos, antes, um taticismo por parte de PS e CDS com contornos verdadeiramente trágico-cómicos. 
Com efeito, por opção (PS) e por falta de jeito (CDS), cada um destes partidos gorou a possibilidade de suportar a candidatura independente de João Cepa. Estamos apenas a falar do único adversário de Benjamim Pereira que também já liderou os destinos do município, com a agravante de ter sido, reconhecidamente, um excelente presidente de câmara. Ora, se João Cepa não serve, quem servirá então? A esta simples pergunta, seria expectável que, no imediato, PS e CDS, por uma questão de honestidade para com o seu eleitorado, apresentassem o seu candidato. A verdade, porém, é que enquanto o PS continua a manter guardado a sete chaves o seu candidato, já o CDS ainda anunciou a divulgação do candidato para o início deste mês, mas à hora e dia marcados o candidato não apareceu... 
A rejeição de um bom candidato, sem uma alternativa à mão, desafia a paciência e expectativas de boa parte do eleitorado de PS e CDS. Não sem surpresa, destacados militantes de um e outro partido vêm anunciando o seu apoio e confiança políticas à candidatura independente protagonizada por João Cepa. É, aliás, relevador da degradação a que PS e CDS chegaram nesta matéria, que os vereadores eleitos por cada um destes partidos no Município tenham, já, manifestado apoio à candidatura de João Cepa.
Tudo visto, PS e CDS parecem não ter pressa em estar já no terreno a apresentar medidas e auscultar as organizações da sociedade esposendense (como vem fazendo o movimento Juntos pela Nossa Terra) ou, o que seria pior, não estão a conseguir encontrar um candidato. Seja qual for a razão, nenhuma delas abonará a favor destes partidos, que parecem não conseguir sair da cepa torta. Não será, pois, sem espanto, que no dia 1 de outubro tudo se jogue no voto útil: Benjamim Pereira ou João Cepa.

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