sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Revista a 2017: o momento!

Depois de muito pensar, o momento mais marcante de 2017 foi a festa de encerramento da campanha da JPNT na Quinta da Malafaia.

Admito que estava inclinado para escolher as eleições autárquicas em si ou a campanha eleitoral, mas este evento na Quinta da Malafaia é mais marcante para o desenrolar dos outros 2 "candidatos".

Na arte da guerra quando queremos atacar um inimigo entrincheirado ou fortificado só existem 2 opções válidas: um ataque surpresa onde ele se encontra ou uma ataque pesado prolongado a partir de uma posição mais distante.

A festa na Quinta da Malafaia não respeitou nenhuma destas 2 regras e acabou por ser uma armadilha para quem a organizou já que os vídeos, fotografias e comentários que saíram dela, em grande parte por elementos simpatizantes da JPNT, era de um grande apoio popular, uma demonstração que a campanha tinha atraído as pessoas e os votantes e que a vitória poderia ser um cenário a equacionar.

Naquele sábado, dia 30 de Setembro, após a festa de encerramento da campanha, Esposende acordou com clarinetes das redes sociais a anunciarem uma vaga de fundo muito forte para com a JPNT e a preverem um resultado histórico para a oposição desde que o PSD assumiu o poder autárquico no concelho.

Tais clarinetes não só despertaram os mais desatentos para o fenómeno JPNT mas também despertaram a máquina laranja para a necessidade de todos irem às urnas, de que ninguém podia ficar em casa e despertou também algum provável eleitorado do PS, ou CDS, ou PCP para a necessidade de um voto útil no PSD contra o regresso de João Cepa à direção da Câmara Municipal e se o 2º vereador ficou relativamente a poucos votos de distância, caso a Quinta da Malafaia não tivesse sido o que foi hoje poderíamos estar perante um outro resultado ainda mais favorável à JPNT.

Não quero com isto dizer que o motivo da derrota da JPNT tenha sido esta festa de encerramento mas tenho a profunda convicção, não tenho um facto científico que mo diga cabalmente, foi um elemento que atraiu mais votos ao PSD do que propriamente à JPNT e isso desencadeou o resultado das eleições e a atual configuração do executivo.

Se estivéssemos nas artes da guerra, diria que a JPNT estacionou as tropas em campo aberto à frente do forte e quando atacou todos já sabiam o que esperar.

Mas a "Malafaia" pode-se não esgotar nestas eleições e pode muito bem servir de exemplo para os futuros candidatos da oposição esposendense.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Concertos de Natal em Esposende.

Mais um ano, mais um conjunto de concertos e teatro protagonizados e coordenados pela Escola de Música de Esposende, Coros de Pequenos Cantores de Esposende e pelo Coro Ars Vocalis.

Não me peçam para ser crítico musical nem para discursar profundamente sobre a produção musical, mas se existe alguma coisa que penso perceber minimamente bem são os movimentos sociais que existem sobre certas causas e atividades e os concertos de Natal protagonizados por estas 3 entidades foram um bom exemplo de que lentamente a sociedade esposendense se reencontra consigo própria e começa a viver e desfrutar daquilo que produz.

Ter este tipo de eventos cheios faz com que a dinâmica social seja mais elevada e que se criem novos pontos de contacto, de aproximação e de discussão de ideias e isso apenas pode ser positivo.  

Ter 2 concertos no salão dos Bombeiros, em 2 dias seguidos, cheios e tendo de apresentar bilhete à entrada, no caso do espetáculo Dons de Natal, é algo que parecia um sonho muito distante à um par de anos atrás.

Ter a sala do Fórum Esposendense cheia para assistir às performances dos alunos da Escola de Música de Esposende a uma 5ª-feira de um dia de trabalho é algo que parecia um sonho muito distante à um par de anos atrás.

Podem-me dizer que eram pais, familiares, irmãos dos artistas mas a verdade é que à um par de anos atrás muitos desses não se interessavam por este tipo de espetáculos e um longo caminho foi sendo realizado até termos Concertos de Natal no sentido clássico da palavra

Dá-me um enorme prazer saber que as gerações vindouras possam ter este tipo de atividades e de eventos que com certeza vão enriquecer a sua juventude e com certeza os tornarão adultos mais competentes e inovadores, e desculpem o desabafo, quem me dera a mim ter tido possibilidades de ter tido este tipo de atividades na minha infância!

Não poderia acabar este artigo sem saudar os professores da Escola de Música de Esposende e a coordenadora da Ars Vocalis Helena Venda Lima por este trabalho de fundo que representa um salto e representa um salto civilizacional da nossa sociedade, e isso é muito mais importante do que um ligeiro salto no ordenado médio na nossa sociedade. 

Revista a 2017: o "não assunto"!

As famosas letras a dizer "Esposende" junto ao Farol de Esposende.

Se queríamos um bom exemplo do que foi um quase-caso, que não foi um caso e apenas pareceu ser um caso pela repercussão que teve na redes sociais, as letras foram o melhor exemplo disso nos últimos anos.

Muito se escreveu nas redes sociais sobre estas letras.

Uns gostaram, outros detestaram, outros ainda acharam que as letras deveriam estar noutro local e outros, como eu, acharam que finalmente as pessoas estavam a olhar para o que se poderia fazer naquela praça, outros ainda achavam que o dinheiro gasto naqueles sinais foi um valente desperdício.

Pessoalmente não sou um grande adepto deste tipo de sinalética e de publicidade sendo um inegável veículo de promoção da marca "Esposende" nas redes sociais e quem estuda o fenómeno turístico nas novas gerações sabe que quase tão importante como aquilo que vêm e experienciam num destino turístico é as recordações nas redes sociais que conseguem deixar. Uma verdade inegável é que desde que elas lá estão vejo muita mais gente naquela praça do que via quando elas lá não estavam, o que nos levaria hoje a outra discussão: a gestão de espaços públicos no nosso concelho.

Como sociedade, temos cada vez mais de discutir o que fazer com as nossas praças e os nossos edifícios públicos (o Museu Municipal têm um potencial de renovação elevado) e não esperar que algo ou alguém tome conta deles e apenas nessa altura se queira discutir o seu rumo e assim evitar o caso "Coliseu do Porto" em que toda uma cidade acordou para a necessidade quando a IURD queria dar um rumo a um espaço até ai em decadência.

Em resumo, tudo segue calmo na Praça das Lampreias e podemos começar a pensar em fazer mais eventos naquele local que é sempre um excelente postal deste concelho.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Ex-Presidente do Sporting visitou Esposende.

Soube-se na praça que Pedro Santana Lopes, ex-presidente leonino, esteve novamente em Esposende, depois de num passado recente ter marcada presença em campanha autárquica na Malafaia.

O motivo da visita, quiçá por ter falado há dois meses para 2000 sociais democratas, foi desta vez apenas uma almoço de amigos (seria o núcleo local do Sporting?). Apesar de divulgar por sms a agenda para o sábado pelo distrito, o almoço na margem sul do concelho terá sido coisa só para amigos ou para o núcleo duro.

Pedro Santana Lopes, em boa verdade, não precisa de apresentar-se muito.  Para o bem e para o mal toda a gente o conhece. Pessoalmente, gosto do registo do homem. Verdadeiramente “um tipo simples” e uma boa alma. Não fosse a sacanice de um certo Presidente da República e talvez Santana nunca tivesse caído do Governo, e aquela fraude histórica que nos Governou durante 6 anos nunca tivesse tido um lugar ao sol.

Ao que parece o presidente da concelhia do PSD local terá comparecido no comício, naquilo que não poderá ser tido de outro modo que não uma expressão de apoio, apesar de ainda não haver relatos de que o mesmo seja pública. Certo é que Santana está rodeado, com algumas excepções é certo, de um bom grupo de boa gente. Evidente porém que o discurso que teve durante os últimos anos permitiu agregar a si uma parte significativa das tropas de Passos Coelho.

Assim sendo, Santana, o tipo que tem mais vidas políticas que os gatos, é sempre um naturalmente bom candidato à Presidência do actualmente maior partido da oposição.


Do outro lado apresenta-se Rui Rio, que ao que me é dado saber ainda não visitou Esposende, nem sabemos se o fará.

Rui Rio é de há alguns anos a esta parte o homem à espera da vaga de fundo. Durante anos escudou-se na Presidência da Câmara do Porto para não avançar (governar com a troika mais que certa não era um projecto apelativo!) Na sua ausência avançaram outros para manterem viva a chama do tradicional “cavaquistão”.

Desta vez Rui Rio não tinha escolha! Era agora ou nunca.  E se escolha não teve, teve azar! A vaga de fundo não surgiu e nem o McNamara arranjaria onda capaz de dar um grande empurrão a Rio que tenta agora nadar contra a máquina social democrata alinhada por dentro.

Ao contrário de Santana, sobre Rio não tenho sequer opinião. Nunca contactei com ele, não sei se é um “fixe” ou se é um “careto”. Sei que gostava de o ter visto avançar noutro tempo, ainda que dadas as circunstâncias não creio que tivesse feito melhor que Passos. A “ingenuidade” de Passos levou-o a fazer o que tinha que ser feito mesmo sabendo que isso lhe ía custar uma corrida no fim do mandato! Na volta o povo percebeu o porquê e até confiou nele reelegendo-o!
Mas Rio, não sei se teria sido tão despreendido da imagem política.

Estão assim lançados os dados.

Há contudo algo que não percebo: Santana mudou assim tanto em 9 anos? E depois de ter sido Primeiro-Ministro e candidato vencido em directas de 2008, trará algo de novo agora? Tenho as minhas dúvidas. Pode ter uma ou outra melhores companhias, mas não irá muito além disso.

Aliás, olhando para alguns dos apoiantes facilmente se percebem que estão ali a pensar na sucessão e não propriamente em Pedro Santana Lopes.

Ou eu muito me engano ou PSD corre o risco de voltar à travessia que fez até à chegada de Passos Coelho: escolhem-se líderes para o Partido esquecendo-se o mais importante - escolher líderes para o país.

É certo que o PSD tem um longo caminho a fazer para aspirar a um bom resultado nas próximas legislativas! Este registo de “país das maravilhas” já o vivemos com o “sócratino” e sabemos como vai acabar, mas também sabemos que as pessoas tendem a embarcar em fantasias até que a coisa descambe muito! Não creio por isso que Santana ou Rio tenham grandes hipóteses de vencer umas próximas legislativas, mas sei, como aliás toda a gente sabe, que se o povo tivesse que escolher numas legislativas entre Santana e Rio, seria o “provinciano do norte” (como o consideram alguns) a vencer este duelo.

Bom era que o PSD pensasse nisso.

E depois deste “exame de consciência” feito… Paguei as quotas!

E a 13 de Janeiro de 2018, se usar o meu direito de voto, será para escolher um líder para o Partido e para o País - a pensar de outro modo teria pago quotas do glorioso que pelo menos davam desconto em combustível.



Nota final: o título do post leva apenas em consideração que a generalidade da população preocupa-se mais com futebol do que com política,  tomemos por isso vantagem disso.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Juntos Somos +,mais um passo em frente.

A Associação Desportiva de Esposende (ADE) continua na linha da frente e avança com o seu projeto solidário: Juntos Somos +.

Tendo como objetivo ajudar atletas carenciados a continuar a sua prática desportiva, este projeto visa na medida do possível encontrar parceiros na sociedade civil que permitam encontrar serviços e produtos para colmatar as dificuldades dos atletas e permitir a prática desportiva dentro da comunidade ADE.

Não só este projeto é algo raro na realidade do nosso concelho (e quem sabe no nosso distrito) no quadro das instituições desportivas mas ele também traz uma nova realidade, o clube desportivo que dá à comunidade!

Com ele, a ADE passa a retribuir de uma forma direta e mensurável aos outros e caminha de uma forma inequívoca para ser uma instituição e não apenas um clube.

Fica o contacto para quem quiser participar nesta iniciativa: solidarioade@gmail.com ! 



Meia-Maratona, 10 anos depois.

E 10 anos depois voltamos a ter uma Meia-Maratona em Esposende.

Depois das edições de 2000 a 2004, houve uma edição organizada pela Inatel em 2007 onde apenas podiam participar atletas federados ou membros da Inatel o que lhe retirou na altura o brilho da participação dos atletas amadores. 

Por muito que tenha apreciado participar na Corrida da Primavera, senti que ter 3 provas com sensivelmente a mesma distância seria algo incomportável a médio prazo e que a Corrida do Ano Novo e a Corrida da Marginal à Noite têm outra capacidade de atração que a Corrida da Primavera não consegue ter, mas penso que para dar lugar a esta prova a mudança é bem-vinda.

Mas esta prova não nos dá boas perspetivas apenas no campo desportivo, mas também no campo turístico.

Uma prova destas permite mais facilmente ter pessoas a deslocarem-se a Esposende por maior período de tempo e a ficar no concelho por mais dias que servirá como um cartão de visita do concelho para o bom e para o mau.Seria interessante a organização oferecer o pack de hospitalidade o mais rápido possível para que se consigam convencer os corredores a ficar por cá.

Será também necessário articular bem a questão do estacionamento para quem se deslocar de carro, já que a confusão em outras provas nunca deixa boas recordações a ninguém e também com a nossa restauração, já que o afluxo de pessoas a horas estranhas pode sempre causar algum caos e tornar a experiência menos agradável.

Interessante também seria idealizar uma mascote mais apelativa do que aquela que foi idealizada para a Corrida da Primavera para tornar a prova ainda mais marcante.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Pluralidade Religiosa pelo Natal.

Em tempos já abordei este tema, mas aproveitando o espírito de Natal é importante relembrar novamente esta temática, já que se todos nos lembramos de quem o celebra temos também de nos lembrar de quem não o celebra..

As diferentes crenças religiosas que estão presentes no nosso concelho são continuamente esquecidas ficando a sensação que apenas a Igreja Católica Apostólica Romana têm capacidade de organização, de profecia e capacidade de mobilização para algo que não seja apenas a sua atividade religiosa.

Olhando para a recente campanha eleitoral onde este assunto é continuamente esquecido e pela atitude que as diversas instituições deste concelho têm para com as diferentes crenças religiosas ao longo dos anos é muito claro que eles vivem à margem da sociedade esposendense e que a sua contribuição poderia ser maior naquilo que se configura num ciclo vicioso por de afastamento.

E esta situação têm de ter os dias contados.

As diferentes crenças religiosas podem oferecer à sociedade esposendense  uma outra amplitude de soluções para os seus problemas sociais, pode oferecer novos tipos de eventos, podem ainda oferecer um novo ponto inicial, e algo revolucionário, numa saudável convivência entre o mundo político/institucional e estas crenças no que seria uma saudável demonstração da laicidade do Estado, algo que este concelho necessita.

Se tenho de aceitar as demonstrações religiosas da Paróquia de Santa Maria dos Anjos nas nossas principais praças também tenho de aceitar as demonstrações religiosas das Testemunhas de Jeová e dos Adventistas do 7º Dia apesar do seu menor impacto histórico na nossa sociedade.

Urge que de uma vez por todas esta lacuna na nossa sociedade seja corrigida.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Obra de regime 2017/2021


Embora pouco aprofundada, uma das questões lançadas para discussão aquando da última campanha eleitoral foi a da inexistência de um espaço multiusos no concelho, para a realização de eventos e actividades, de natureza cultural e desportiva.
As soluções a que o Município recorre invariavelmente são, desde há muito, insuficientes. O Auditório Municipal está encravado num prédio para habitação. Os pavilhões escolares são de construção antiga, sem conforto e dimensão para as exigências dos dias de hoje.
Impõe-se, por isso, um equipamento desta natureza que colmate uma manifesta carência no nosso concelho. Diria mesmo que esta obra é mais urgente do que o Parque da Cidade.
Espero, pois, que o tema venha a constar da agenda do executivo camarário para os próximos 4 anos, preferencialmente, nos primeiros lugares e não como mera intenção programática. Quantos mais anos Esposende adiar a construção de um equipamento multiusos, mais se afastará da linha da frente da modernidade e competitividade que tanto ambiciona.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Um grande, grande mistério

No passado dia 30 de Novembro assinalaram-se 6 anos do falecimento de João Oliveira Martins.
Trata-se de um dos mais prestigiados esposendenses do século XX: deputado, secretário de estado, ministro e bastonário da ordem dos engenheiros. Um currículo impressionante. 
Não obstante todas as responsabilidades e vida em Lisboa, Oliveira Martins nunca deixou de manter uma forte ligação ao seu berço: apoiou e envolveu-se activamente nas instituições locais (Santa Casa da Misericórdia e Fórum Esposendense) e publicou algumas obras de cariz local. Todos os anos, marcava o ponto nas cerimónias da Semana Santa. 
Num bastião do PSD, como é Esposende, Oliveira Martins foi, a par de Couto do Santos, o esposendense que mais se destacou no partido, a nível nacional. Estranho, por isso, que nem o PSD Esposende, nem o Município, tenham, até hoje, promovido qualquer homenagem à sua figura e memória. Este reparo é, igualmente,  aplicável às instituições locais que Oliveira Martins apoiou. Nem a Santa Casa da Misericórdia ou o Fórum Esposendense criaram, por um exemplo, um prémio em sua homenagem.
Um grande mistério, portanto. Sobretudo, quando o concelho não prima, propriamente, por ter muitos "filhos" que se tenham destacado, nas suas funções, a nível nacional.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

365 dias para esquecer


Pior era impossível, para o partido e para o próprio. Assim se poderá fazer o balanço do primeiro ano de João Pedro Lopes à frente do CDS Esposende:
1) Perda do único vereador com assento no executivo camarário
2) Registo eleitoral histórico, com a votação para a Câmara Municipal a ficar abaixo de 4% (em 2013, foi acima de 10%)
3) Redução em 50%, face a 2013, do grupo político na Assembleia Municipal
4) Partido menos votado para a Assembleia Municipal (atrás do PCP)
5) Menos de 1.000 votos tanto na Câmara, como na Assembleia Municipal (em 2013, teve mais de 2.000 votos)
6) Redução em 50%, face a 2013, do número de freguesias do concelho a que concorreu
7) Exposição, a ridículo, do nome do concelho, que esteve nas bocas do mundo com o inenarrável cartaz propagandístico “Je suis Esposende”. Nunca houve qualquer retratação…
8) Gestão trapalhona do dossier autárquico: apoio inicial e entusiástico à candidatura de João Cepa, para mais tarde ser retirado, sendo apresentadas justificações esfarrapadas
9) Demarcação (política) por parte da Juventude Popular (JP) de Esposende
10) Partido fraccionado: vereadora Berta Viana apoiou publicamente candidatura adversária; antigos militantes/candidatos integraram listas adversárias (Laurentina Torres, a última presidente do CDS em Esposende, esteve no jantar de apoio a João Cepa!; Sara Herdeiro, que há 4 anos conseguiu o melhor resultado numa junta de freguesia para o CDS, surgiu, nestas eleições, como candidata na lista do PSD)

domingo, 19 de novembro de 2017

João Ramos, um vencedor discreto!

 Hoje Esposende, e em particular a ADE, ganhou mais um campeão,ou vencedor,ou o que lhe quiserem chamar: João Ramos!

 João Ramos tornou-se hoje o novo vencedor do Campeonato Nacional de Ultras-Trail organizado pela ATRP  na categoria de Sub-23, tornando esta época de estreia da ADE Trail Running Team uma época muito especial e que coloca as expectativas para a próxima época a um nível elevado.

 Mais do que uma vitória, é um sinal forte de que a política do ecletismo na ADE está a dar o seus frutos e que depois do Basquetebol e do Voleibol, o Atletismo é também uma realidade nesta coletividade e que é na disseminação da prática desportiva espalhada nos mais vários desportos que iremos buscar frutos para uma sociedade mais ligada às suas instituições.

 Além de uma vitória saborosa, é uma vitória que nos faz ter de olhar para o atletismo no concelho de Esposende de uma forma mais séria, mais cuidada e concreta.

  A vitória de João Ramos é fruto de uma grande vontade e sacrifício pessoal e também fruto da cooperação com outros grupos de corredores amadores que vão proliferando nos últimos tempos com a aumento da popularidade deste desporto, mas o tempo do puro amadorismo têm um prazo de validade que está prestes a caducar e será necessário ter maior apoio logístico às equipas que entram nas competições, será também necessário proporcionar apoios que permitam melhorar e suportar a condição física dos atletas durante todo o campeonato e acima de tudo locais para treino.

E quando falo de local de treino tenho de realçar a inexistência de uma pista de atletismo neste concelho para podermos ter um quadro competitivo no atletismo que vá para além das corridas de estrada e termos competição na velocidade pura.

Por muito que goste dessas organizações, atletismo em Esposende não se pode apenas a organizar corridas na Marginal ou na areia para que mais Joões Ramos apareçam! 

Parabéns João e grande orgulho em também pertencer a esta equipa!

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

PCP Esposende e a Revolução de Outubro

Foto retirada de Esposende Serviços.

O PCP de Esposende assinalou, no fim de semana que passou, o centenário da Revolução de Outubro. 
Entre outras acções comemorativas, destaca-se uma exposição em plena sala de visitas da cidade de Esposende, o largo Rodrigues Sampaio (conforme ilustra a imagem aqui trazida).
Não deixa de ser antagónico (e irónico) que as comemorações da Revolução de Outubro tenham ocorrido sob o signo da liberdade, um direito que, infelizmente, foi negado pelos pais e filhos da Revolução (URSS, Coreia do Norte, China, Venezuela), e cujo exercício foi brutalmente reprimido (Estaline, China).
Por essa razão, e considerando o local escolhido para a exposição, a paredes meias com a Igreja Matriz, só ficou mesmo a faltar, no programa de celebrações delineado pelo PCP de Esposende, incluir uma missa em memória de todos quantos morreram nas ditaduras comunistas (inspiradas pela Revolução de Outubro). Quem sabe se nas comemorações dos 125 anos os comunistas esposendenses não encomendam uma missinha...

domingo, 12 de novembro de 2017

E uns ciclos de cinema?

Sejamos sinceros, o cinema e a forma como o vamos ver mudou.

Se o cinema dito comercial, ou de grande divulgação, hoje está remetido para as salas múltiplas dos grandes centro-comerciais, as salas de cinema mais pequenas refugiam-se nos ciclos especializados de cinema para conseguirem encher as suas salas.

Esposende está deficitário de um cinema e de sessões de cinema e todas as soluções são boas para trazer novamente esta forma de arte a este concelho.

As notícias da morte dos espectadores nas salas de cinema foram francamente exageradas e, hoje em dia, o público volta às salas porque a qualidade da experiência de cinema numa sala de cinema é sempre diferente da experiência à frente do portátil ou da sala de casa e isso deve ser aproveitado.

Cada vez mais são as entidades que procuram não só exibir filmes de menor divulgação, como a mescla entre cinema e música com atuações ao vivo de conjunto musical enquanto se assiste ao cinema e isso pode ser aproveitado por nós.

Houve uma altura neste concelho em que havia pessoas que iam a uma sessão de cinema numa segunda-feira laboral em Esposende para ver um filme que já tinha estreado há 2 meses atrás e isto dito hoje parece que estamos a falar de uma realidade alienígena ou de um mundo paralelo, mas isso pode ser novamente uma realidade dos nossos dias.

Ciclos dedicados a uma temática, ator, atriz, cidade, época ou país pode ser um bom motivo para que haja novamente cinema em Esposende.

Fica a sugestão. 

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Séniores de Esposende, 20 anos depois.

20 anos depois, a cidade de Esposende têm novamente uma equipa desportiva sénior em competição.

Falo da equipa sénior de voleibol da Associação Desportiva de Esposende (ADE).

Existem factos, acontecimentos ou actividades que apesar de parecerem banais à primeira vista são reveladoras do que foi o passado, do que é o presente e do que será o futuro e este é um deles. É um daqueles factos, acontecimentos ou actividades que têm um leitura muito mais profunda e ampla do que o âmbito desportivo e de onde poderemos tirar conclusões tácitas sobre a nossa sociedade, as suas dinâmicas e  o seu estado de evolução material e cultural.

O desporto feminino, e o sucesso nele,tornou-se nos tempos modernos uma das mais irrefutáveis provas da vitalidade de um sociedade, da igualdade de oportunidades entre géneros e da facilidade de acesso da população infraestruturas e actividades que não tenham directamente a haver com a sua evolução no mercado de trabalho. 

Olhando para a tabela de medalhas conquistadas a partir de 1996 nos Jogos Olímpicos é fácil verificar que são os países com melhores índices de qualidade de vida e de literacia que ocupam os lugares cimeiros do rácio medalhas/população feminina. Falamos dos casos de Noruega, Holanda, Nova Zelândia,Austrália, Suécia ou Suíça e acho que por aqui já fica claro o que quero dizer.

Em termos portugueses,a Quinta dos Lombos paulatinamente se têm tornado uma referência no desporto feminino ano após ano e não será de espantar que este clube esteja sediado em Oeiras, um dos concelhos de Portugal com melhor qualidade de vida.

E isso leva-me a pensar o que se passou na cidade de Esposende nos últimos 20 anos para não termos tido desporto feminino a este nível.Alguns estarão a pensar que este período está deturpado já que houve competição ao nível sénior em São Bartolomeu do Mar e Fão no andebol, houve competição sénior em Palmeira de Faro e Apúlia no futebol mas gostava de me focar no facto de nada disto ter ocorrido na cidade sede do concelho.

Tenho a percepção que tivemos um conjunto de factores que levou a esse facto e que esses factores são eles sinais do tempo e dos tempos que passaram.Não tínhamos pessoas suficientes? Não tínhamos pessoas capazes de organizar estas equipas? Faltavam ideias sobre que desportos praticar? Não existia a cultura do desporto feminino no concelho? Faltava a incitação do desporto escolar para novos valores despontarem? Penso que não. 

Na minha verdade, a resposta certa é a falta de um verdadeiro projecto e do empenho das forças vivas para que esta equipa fosse um realidade à muito tempo e que levou a que estivéssemos quase 2 décadas sem algo semelhante. 

Serei sincero e até assustador: Um falhanço na sobrevivência desta equipa por falta de apoios externos da sociedade e das suas forças vivas é um falhanço de todos os esposendenses e não apenas da ADE!

As Lobas do Mar não são apenas uma equipa de voleibol num qualquer campeonato nacional , é um cartão de visita desta cidade, é uma montra do que a cidade de Esposende é como sociedade e é um teste à cidade de Esposende na sua capacidade de organização e na sua capacidade de apoio e incentivo a um novo projecto.Estas mulheres não carregam apenas o emblema da ADE, carregam toda a imagem de um cidade que se quer mostrar na região e no país como uma cidade moderna e arejada.  

As Lobas do Mar são um dos mais importantes projectos que esta cidade viu nos últimos tempos e quem achar o contrário não percebe os tempos em que vive.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Quem faz o quê!

Depois de um singular processo autárquico e porque este é o primeiro post que faço desde há largas semanas, duas notas:

- a primeira: Parabéns à JSD Esposende. Assumiram o lugar que muitos não aceitariam. Bateram-se pela causa e colheram o fruto. Em circunstâncias excepcionais, é certo, mas fizeram por isso. Não terão "pasta" no executivo, mas isso já pesará nas opções - ou falta delas - de outros e não da JSD.

- a segunda: alguém viu por aí aquele partido que começou com o "Je suis Esposende"... e acabou em "Je suis Barcelona" (tal foi o camião que lhes passou por cima?)!

Isto posto.
Partilho aqui uma pequena tabela, ao jeito de "quem é quem" ou "quem faz o quê", agora que estão distribuídas as pastas do executivo.

Constata-se que a gestão se mantém centrada nas figuras do Presidente e da vice-Presidente, à semelhança do passado, ficando os restantes (com excepção da educação e cultura) ligeiramente mais aliviados em relação aos antecessores.

Assim, de forma colorida, podemos ver de onde transitaram as pastas em relação à reformulação de 2016.

A ver vamos o que o futuro nos reserva, desde logo com a segunda vaga de distribuição de pastas - aquelas "prometidas" aos que não vão a votos!






segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Visit Esposende - o que ainda não foi feito

O renovado site do Município dispõe da opção de leitura em diversas línguas, que não apenas o português. Para além dos óbvios inglês, francês e espanhol, também os internautas oriundos do Japão, Rússia ou China, entre outros, poderão aceder aos respectivos conteúdos. Nada a apontar ao multilinguismo do site, pelo contrário, só acrescenta valor ao mesmo. 
O problema que aqui levantamos é outro, aliás, já abordado no passado. Com efeito, o Município dispõe também de outro site, desta feita especificamente vocacionado para o Turismo e a sua promoção. Falo do Visite Esposende (http://www.visitesposende.com/pt).
Em 2014 demos aqui conta da ausência de versões do site noutras línguas que não o português. Alguns meses mais tarde, o site adquiriu a sua versão em inglês. E quando se esperava pelo próximo alargamento a outras línguas, eis que, volvidos 3 anos, o saldo permanece o mesmo: português e inglês.
Sendo Esposende destino preferencial de forasteiros provenientes de Espanha e França, seria expectável e natural que o Visite Esposende dispusesse também de versões em espanhol e francês. No entanto, não é o que sucede. 
E esta omissão torna-se ainda mais incompreensível quando através do site do Município (que dispõe de versões nas mais variadas línguas) o leitor espanhol ou francês é brindado com ligação para o Visit Esposende, em espanhol e francês, para depois, ao entrar no site, confrontar-se com a ausência do mesmo na sua língua.
Fica, pois, o apelo para que rapidamente possam colmatar estas lacunas no site do Visite Esposende, de modo a que a promoção de Esposende e do turismo no concelho seja mais alargada e eficaz.

sábado, 14 de outubro de 2017

Esposende Rádio, um fantasma.

Ainda hoje me surpreendo quando o rádio pára nos 93.2 MHZ e ouço algo.

De repente é como regressar a 1999, nos tempos em que tínhamos rádio e a rádio era um local de informação, debate e de vivência da sociedade esposendense. 

A frequência que hoje pertence à Esposende Rádio é alimentada por uma máquina que debita uma lista programada de músicas sem que existe uma intervenção humana, resumindo, assemelha-se a um paciente em morte cerebral que apenas sobrevive com a ajuda das máquinas, é como se de um fantasma se tratasse.

Está na altura de alguém perguntar se a medicina actual têm uma resposta para este problema, ou seja, se existe alguém disposto a ter um projecto de longo prazo com pés e cabeça para revitalizar a rádio ou se alguém desliga a respiração artificial e acabamos com isto de uma vez por todas. 


Como se diria na minha terra, nem a rádio morre nem a gente almoça.   

A era de Benjamim, 2º Capítulo.

Começa hoje o segundo mandato de Benjamim Pereira que terminará em 2021 com um elenco executivo totalmente renovado e de sua autoria.

Tal como ele afirmou na tomada de posse, neste momento não existem muitas mais desculpas para falhas e incumprimentos de objectivos.

Espero que para bem de todos os que vivem e trabalham neste concelho que a vivacidade e o mar de opiniões e ideias sobre como desenvolver no futuro este concelho não terminem e que isso se traduza numa maior participação e escrutínio dos órgãos municipais e das juntas de freguesias.

A ver vamos.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Rir é o melhor remédio

Enquanto o PSD teve a dupla João Figueiredo/Joana Gramoso a trabalhar brilhantemente a comunicação da campanha, o CDS recrutou os ofícios do antigo ministro da informação iraquiana, Mohhamed Saeed Al-Sahaf. Não acreditam?

27/9 às 21:03 Cada dia que passa mais o cansaço se faz sentir mas estamos cada vez mais perto de uma grande vitória. Para nos que diariamente andamos na rua, já não há dúvidas: O CDS vai mesmo entrar pelo meio 

26/9 às 13:22 · CURVOS. Artur Viana sabe que o resultado de Domingo lhe vai sorrir. Uma subida nas sondagens que o colocam como a grande alternativa é um dos vencedores da noite eleitoral. Esta manhã, descontraídos como sempre, passeamos em Curvos onde registamos este peculiar momento.

VILA CHÃ. Estivemos ontem pela tarde em Vila Chã. Freguesia onde alguns dos nossos candidatos têm uma afinidade que se confirma a cada conversa, a cada pessoa com quem nos cruzamos. Domingo, Vila Chã será uma das surpresas do CDS (nota: e foi de facto. Em 730 votantes, os centristas conseguiram…32 votos).

Estamos a pouquíssimos votos de um resultado histórico no concelho. Os indicadores que temos indicam uma subida estrondosa do Partido nestas eleições.

No início da segunda semana da campanha, muito se vai vendo e até sentindo ou antevendo. E o CDS terá o seu merecido reconhecimento dia 01. Esta sessão em Apulia é a confirmação de que o resultado será risonho.

Mais pérolas retiradas daqui.

Análise aos resultados: Autárquicas 2017.

Uma das eleições autárquicas que nos últimos anos maior interesse despertaram são sempre uma boa de fonte de interpretações e leituras políticas e do estado dos partidos.Penso que muitos concordarão que a sociedade do concelho de Esposende volta a ser isso mesmo, uma sociedade e que não só na política se vive um renovado interesse nas instituições do concelho.
Mas como em todas as eleições existem vencedores e vencidos, lados com ganhos e lados com perdas. 

Benjamim Pereira foi claramente o grande vencedor. Perdoem-me a imagem algo pueril, mas olhando para os  resultados Benjamim Pereira fez-me lembrar a selecção francesa nos tempos de Zinedine Zidane, uma força tranquila.Muitos o consideram como um candidato algo apagado, envergonhado e com pouca capacidade de debate e resposta mas mão só consegue uma percentagem histórica para o PSD como consegue aumentar em quase 2000 votos o seu número de votos em relação a 2013 fazendo a direita manter os cerca de 13.000 votos que lhe cabem em todo o concelho de Esposende. Com 6 vereadores eleitos consegue a maioria e coloca João Cepa como líder da oposição tendo uma vida mais facilitada na gestão camarária. Apostou em não responder aos ataques de maior índole pessoal que lhe sempre foram sendo feitos pela oposição deixando-a a falar sozinha, não tendo apostado na massificação das redes sociais, apostou no contacto das pessoas e nos seus representantes nas assembleias de freguesia. Mas nem tudo será laranjada para o PSD neste próximo mandato. Com João Cepa como vereador a oposição será efectiva e institucional e terá de haver respostas às perguntas e aos desafios que lhe serão colocados de uma forma mais célere e dinâmica já que existem 2 factos que não podem ser esquecidos: Benjamim Pereira contou com uma considerável dose de votos na lógica "anti-Cepa",um trunfo que não se joga 2 vezes na cabeça dos eleitores, e terminou o período de adaptação ao cargo, é necessário deixar mais cunho no concelho.

João Cepa é o grande derrotado destas eleições.É interessante fazer um paralelo entre ele e Valentim Loureiro, também candidato independente a Gondomar este ano, e perceber que nenhum deles percebeu o que aconteceu ao seu antigo camarada de partido, Luís Filipe Menezes na corrida ao Porto em 2013. Tal como Valentim Loureiro, João Cepa volta a uma Câmara onde já foi feliz sem o perfume do poder e ambos enfrentaram uma dura verdade da vida política, nem todos gostam dos resquícios do perfume de poder. Ambos, tal como Luís Filipe Menezes, partiram de uma ideia muito própria de que ainda eram queridos e admirados por um boa parte do povo, o orgulho em dizer que ainda eram tratados por "presidente" é comum aos 3, e não foram além dos 20%. João Cepa apostou numa campanha muito centrada no Facebook e na presença física com um grupo dinâmico de jovens que o acompanhava em todas as arruadas o que criou, e neste domínio muito bem pensado, uma sensação de vaga de fundo sobre a lista que de outra forma teria sido impossível de ter. Mas, tal como Luís Filipe Menezes, acabou em modo "tinto e porco no espeto" ao terminar a campanha na Quinta da Malafaia, um momento em que deveria ter enfrentado a aridez da praça pública e colocar à prova a sua popularidade com um comício numa noite fria de nevoeiro. João Cepa é o líder da oposição esposendense e agora cabe a ele gerir o futuro da JPNT: Ser uma opção válida como candidato para 2021 ou fazer o seu percurso até ao final do mandato e abandonar a lista para outro concorrente. Seria um enorme desperdício deixar todas as caras novas que entraram pela 1ª vez num lista política desaparecerem. Cabe a João Cepa fazer perceber se a JPNT será lembrada por ter sido uma verdadeira alternativa ao PSD em Esposende ou se por outro lado será apenas lembrada pelo caos e rupturas que gerou nos partidos alheios e ser apelidado do "Gorbatchov Esposendense".  

Manuel Enes de Abreu, e o PS, foi um dos lados com ganhos nestas eleições. Evitou a extinção do partido depois da saída de algumas das mais constantes e importantes figuras do partido, perdeu cerca de 33% dos votos para a Câmara, ganhou 2 juntas de freguesia e teve quase o mesmo número de votos para as juntas de freguesia e acima de tudo mostra que esta lista e este grupo de pessoas são claramente  melhor hipótese do PS-Esposende voltar a ser uma alternativa ganhadora neste concelho.
Uma campanha pensada com mais calma e mais implementada teria evitado a fuga de votos para o PSD e JPNT e hoje teríamos uma surpresa ainda maior com um PS  a discutir o 2º lugar. 

O CDS-PP e Artur Viana foram um dos lados com maior perdas nesta noite. O  cenário de perda de mais de metade dos votos deixa um travo amargo no partido e João Pedro Lopes terá de acalmar e pacificar as hostes depois deste resultado, com a certeza porém de que os mesmos que não estiveram com ele depois da ruptura com João Cepa serão os primeiros a aparecerem a bradar por mudanças.Algo me diz que a distrital terá uma palavra forte a dizer sobre o futuro do CDS-PP. Artur Viana tinha uma das melhores campanhas, tinha um programa altamente concretizável, por vezes curto nas medidas, mas  foi vítima do voto útil que terá sido canalizado para Benjamim Pereira ou João Cepa. Artur Viana, honra lhe seja feita, conseguiu fazer esquecer que não tinha sido a primeira opção, e isso já é um grande feito.  

Manuel Carvoeiro terá tido uma noite agri-doce. Ficou longe do vereador desejado e que tinha colocado como objectivo no início da corrida,ficou a 35 votos de bater o CDS-PP no total para a Câmara Municipal mas bateu os democratas-cristãos em todas as outras votações o que atendendo à diferença de meios é algo de notável. Fica a sensação que com um pouco mais de divulgação hoje a CDU poderia ter tornado a noite do CDS-PP ainda mais crítica. Será necessário à CDU alargar ainda mais o seu leque de interlocutores com o povo esposendense para disparar nas votações. 


Como nota de rodapé, deixar aqui o agradecimento à Esposende Serviços que neste momento é um verdadeiro serviço público na informação esposendense, se eles não o fizerem mais ninguém o fará.



sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Análise ao candidato: Manuel Carvoeiro.

 A CDU continua igual a si própria e é isso que a faz resistir a todas as Quedas do Muro de Berlim desta vida.

 A CDU joga uma cartada forte nestas eleições quer a nível nacional, regional e também local e isso reflete-se nos cuidados com a escolha dos candidatos e com o tipo de campanha que têm feito.
Existe um novo ímpeto na máquina autárquica da CDU, vendo uma hipótese de secundar o Bloco de Esquerda em termos de implementação nacional e ser novamente um parceiro incontornável para o PS para o obrigar a negociar com a CDU as mais diversas medidas, e esse ímpeto foi dado pela vitória em Loures.

 Por muito que isto custe aos políticos paladinos do "economês" e conhecedores dos "negócios" e da "indústria", o concelho com o salário médio mais elevado e maior taxa de população licenciada em todo o Portugal é gerido pela CDU.

Em Esposende, e dada a situação do PS, a CDU têm uma boa hipótese de tomar as rédeas da esquerda e marcar o passo no que toca à oposição ao executivo de centro-direita que governará Esposende podendo assim tornar a concelhia num importante foco na distrital.  A CDU aposta forte na conquista de 2 vereadores em Braga e reforço de votação no Porto, o que para isso não deve ser alheia o descontentamento geral de uma boa parte da população que não se vê representada e defendida nos seus mais básicos direitos e que viu parte do seu emprego desaparecer com o afundamento da construção civil e indústria falida, aqueles para os quais o milagre económico do sacrossanto turismo do Norte ainda não chegou.

 A presença mais assídua de elementos da distrital de Braga em ações de campanha daria toda uma outra amplitude à candidatura e a destacaria das outras candidaturas já que mais uma vez parece que os partidos nacionais se esqueceram das nossas concelhias. Sugeriria a presença mais frequente de Agostinho Lopes, um dos poucos deputados em Portugal que ainda consegue articular um pensamento ideológico de forma interessante e cativante.

 Mas o voto no PCP, ou na CDU, nunca é fácil, é sempre um voto complicado para muitos, é  necessariamente um voto cultural, de resistência e luta constante, conhecedor e defensor da história a que os PC's estão intrinsecamente ligados, quase granítico nos seus princípios básicos, de defesa dos direitos que podem ou não estar na moda e acima de tudo um voto no "todo" e não apenas no candidato. Para os menos conhecedores é sempre mais fácil votar no Marinho e Pinto ou numa lista de independentes que esteja a cavalgar a opinião corrente.

E isso reflete-se na campanha e nas pessoas que ela integram.

 A campanha da CDU-Esposende é claramente aquela que menos recursos têm, nos dias antes do arranque da campanha era possível ver Manuel Carvoeiro e Pedro Meira a colarem cartazes durante a madrugada não para a fotografia mas para a campanha em si, algo que poucos cabeças de lista o poderão dizer, mas é a mais autêntica em termos de entusiasmo dos participantes já que dificilmente existe o arrastar de pessoas para as ruas para fazer número. Seria necessário uma maior presença nas redes sociais, mais atempadamente para conseguir um efeito de dispersão de ideias e de medidas mais eficaz e substituir os cartazes por brochuras ou folhetins que têm maior impacto na população. 

 Manuel Carvoeiro será no atual panorama político esposendense o homem que mais campanhas têm nas pernas e isso não é tão descartável como possa parecer. Vivendo da vontade e do ânimo dos seus líderes e dos seus apoiantes que eleição após eleição dizem "Presente!" a este combate na mais genuína filosofia preconizada por Lenine : A luta do proletariado apenas será vencida com um partido uno como um exército e assente numa disciplina férrea!

 Palavras antiquadas dirão alguns, desenquadradas com a realidade dirão outros, mas olhando para o nosso panorama político local direi que são palavras que exigem honra, nobreza de carácter, coluna vertebral moral algo que certamente não é para todos os que estão na política neste momento não sendo por acaso que o PCP foi aquele partido que menos desertores teve para a lista de João Cepa, se é que teve algum. Não houve muitas reconsiderações, muitas novas visões, muitos novos desafios, muitos novos ciclos, muitos apelos, muitas correntes ou bater com a porta como noutros. Sem fazer grandes alarmes olhamos para as listas da CDU e verificamos que a proporção entre homens e mulheres nada fica a dever a outras listas que fizeram disso uma disputa. 

 E esta forma de estar vê-se no seu programa eleitoral, um programa curto, seco e orientado às necessidades básicas nem sempre sonantes e populares na espuma dos dias.

 Não vemos grandes obras, grande gastos de cimento, grandes intenções de projetos, o grandes intenções de propostas de cooperação a entidades e isso dá um sentimento de maior realidade e veracidade a um programa eleitoral.

 A medida que mais me ficou na retina foi a continuidade na revindicação do alargamento do Metro do Porto até Esposende, naquele que seria um salto qualitativo na vida de muitos esposendenses e que é uma luta esquecida pelos concorrentes à direita sabendo da derrota certa. Outras propostas interessantes são a de equivaler o acesso dos habitantes de Esposende ao Hospital de Viana do Castelo e de Barcelos como os habitantes desses mesmos concelhos e a de potenciar a recuperação das fachadas dos prédios e casas dos centros urbanos do concelho como forma de recuperação urbana sem ceder à tentação do betão. 

 Como lado mais negativo teria de apontar a necessidade de maior acutilância nas propostas referentes ao comércio e indústria e sobre o trabalho, um dos terrenos prediletos da CDU e onde o concelho carece de ação e de dinamismo e onde todos os ganhos são sempre um trunfo válido. 

 Não é fácil ser um elemento do PCP num concelho maioritariamente de direita quanto mais ser um vereador do PCP num concelho de maioria de direita há décadas e Manuel Carvoeiro deve saber bem isso.

Tenho dito.


quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Análise ao candidato: Benjamim Pereira.

Fazer a análise de uma candidatura de um candidato que sempre tentou não ser político é algo complicado mas sempre possível, e não sou daqueles que pensa que não ser político é uma qualidade . 

Benjamim Pereira levou o seu mandato com o registo de um político pouco político, usou do silêncio para deixar a oposição a falar sozinha mas destas eleições vai sair uma oposição política em todos os órgãos autárquicos o que o obrigará  a ser um político e esta é a altura para a sua transformação.

Nunca houve um presidente da Câmara com uma tal oposição opinativa e o seu silêncio quase sempre foi visto como um sinal de franqueza. Enquanto escrevo estas palavras as redes sociais inundam-se de comentários sobre como as cartas de apoio a Benjamim Pereira dizem de uma forma taxativa que João Cepa é muito melhor presidente do que ele. Querem um melhor exemplo? Penso que não seja necessário. 

Considero que em termos mediáticos a sua campanha foi bi-polar e faltaram limar algumas arestas para a tornarem na melhor máquina de propaganda destas eleições, faltou por vezes ser mais político.

Não nos brindou com a habitual última semana carregada de inaugurações que caracterizava os últimos dias de campanha dos seus antecessores do PSD que estiveram no comando da Câmara Municipal e que nos deixou momentos memoráveis como a inauguração do Largo dos Peixinhos no último dia de campanha para ser posto novamente em obras passado pouco tempo ou a interrupção no último dia de campanha das obras da construção do monumento de homenagem ao Homem do Mar para não influenciar os eleitores.Aproveitou as inaugurações e o lançamento da 1ª pedra efectuadas até ao mês de Agosto nas obras e requalificações levadas a cabo podendo assim expor-se à crítica num período em que essas críticas ainda não afectariam muito a sua imagem. Uma boa jogada táctica.

Aposta claramente na máquina do partido e nas suas representações nas freguesias para mobilizar o seu eleitorado quer em termos publicitários quer em termos de acção de rua e de eventos que desta vez contaram com duas incursões por eventos festivos, a "sexta das mulheres" e a festa da JSD, um tipo de eventos que nas campanhas eleitorais me parecem uma casca de banana: um pequeno deslize e dá-se um grande trambolhão.

A presença nas redes sociais fez-se sentir demasiado tarde, o que poderia dar uma ideia de uma certa desmobilização por parte dos seus apoiantes e ainda não tenho na minha caixa de correio o exemplar impresso do seu programa eleitoral o que poderia ser lido como sobranceria da sua parte.  

E esta é uma situação que não teria muita razão de ser. É dos poucos que elabora um conjunto de vídeos com os seus elementos de lista falando no que os leva a apoiar Benjamim Pereira e dos poucos, senão o único, que faz um acompanhamento das maiores acções de campanhas em vídeo, momentos em que Benjamim Pereira têm claramente mais à vontade. O seu site é o que melhor está elaborado e os vídeos de apresentação da campanha são de longe os melhores elaborados e nota-se o toque profissional até no hino que foi composto de propósito para Esposende, de eficácia discutível mas mesmo assim algo raro. 

Nos tempos que correm não só é preciso ter meios de divulgação das nossas ideias como é necessário fazer a publicidade certa na altura certa e é para isso que existem as máquinas de propaganda.

Um dos argumentos dos seus detractores foi o da fraca representatividade de mulheres e de caras jovens o que olhando para as suas listas vemos que isso não é totalmente verdade, até Alexandra Roeger é a vice-presidente da lista, mas faltou essa contra-argumentação da sua máquina de propaganda o que demonstra que para além dos meios temos de ter a reacção no tempo certo, tendo a máquina de propaganda muitas vezes deixado transparecer que ainda era uma máquina pesada. É preciso ser político nestas coisas.

Curiosamente, olhando para o seu programa eleitoral já vemos uma alma de político autárquico da nova geração. 

Utiliza muitas vezes os verbos "reforçar", "terminar","continuar", "reivindicar" sobre diversos temas não fugindo ao verbo "construir", mas neste caso sempre aplicado a médias e pequenas obras o que demonstra que sabe que os tempos que ai vêem não são certos nem como o dinheiro que o Estado central vai distribuir pelas autarquias. Retenho como propostas mais inovadoras o incentivo do desporto feminino no concelho, a criação de uma Livraria Municipal,transformar Esposende numa capital do Kite-surf, promover a existência de bares de animação da zona ribeirinha e a criação de um plano municipal para a juventude e esse nirvana da política esposendense dos últimos 20 anos, a abertura de um estabelecimento de Ensino Superior.

Por ventura existem partes do seu programa que necessitariam de maior vigor e que demonstram que a sua veia de política ainda necessita de crescer.

Falta claramente uma grande obra, que não o Parque da Cidade, para marcar o seu mandato e para marcar um ciclo em Esposende. Falta uma aposta forte e pensada na recuperação do centro da cidade de Esposende ou de qualquer outra zona devoluta do concelho, não se fala na recuperação de nenhum dos hóteis devolutos do concelho nem na orientação específica do turismo de Esposende para algum mercado específico, não se fala numa solução para a marina de recreio de Esposende e o seu aproveitamento, fala na requalificação da zona industrial em termos ambientais e de espaços verde em vez do seu aumento e dinamização, entre outras.

A não incidência do seu programa eleitoral sobre os assuntos económicos e da criação de emprego será a maior dessas falhas, já que esse foi um dos argumentos mais utilizados pela oposição durante o  seu mandato e que ele não atacou devidamente nesta 2ª corrida.,

A falta de empregos que permita a fixação das pessoas em Esposende é a mãe de todos os males da vida esposendense e o que nos impede sempre de poder chegar a outros patamares de desenvolvimento, uma espécie de pobreza histórica que nos persegue década após década. Não é um problema que nasceu com Benjamim Pereira mas é um problema que lhe cabe a ele resolver e que seria um cunho do seu mandato.

No final de contas Benjamim Pereira terá de perceber que ser Presidente da Câmara é um cargo político e para o levar a bom porto terá de ser político também.

Tenho dito.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Análise ao candidato: João Cepa.

Devido ao seu passado e à sua conduta nos últimos anos é sempre difícil separar o ex-autarca do cidadão, o cidadão do candidato, o ex-autarca do candidato e esse problema de identidade afecta toda a sua candidatura, problemas esses que começaram no dia 19 de Agosto de 2014, dia do Município de Esposende e da sua condecoração com a Medalha de Mérito Municipal.

Ser o seu pai a receber por ele a maior distinção que este concelho lhe pode conceder por "motivos profissionais inadiáveis" e tentar à posteriori fazer disso uma homenagem ao seu pai só poderá visto como um problema de identidade, certo? Todos secretamente concordarão que sim. 

João Cepa apostou numa lista constituída maioritariamente por gente jovem,o mais heterogénea possível com elementos oriundos de quase todos os partidos o que lhe permite acompanhar a vaga das listas independentes e trazer caras novas à política esposendense. Apostou também forte na presença feminina  para ter uma lista ainda mais diferenciada do PSD, que muitos acusaram de ter apenas constituída por homens de uma certa idade, e assim trazer ainda mais caras novas à política, algo que se revelou uma aposta sagaz mas que também é uma tentativa de agradar a todos, algo que será muito complicado de concretizar se tiver de formar executivo.

Conseguiu também juntar algumas figuras de peso com experiência autárquica vindas da área do PS, como José Felgueiras e João Nunes e conseguiu chamar a si o vereador com maior projeção no executivo de Benjamim Pereira, Rui Pereira. Este elenco heterogéneo e com obra feita no terreno permitiu-lhe numa primeira fase colmatar em termos de debate público o seu calcanhar de Aquiles: a não representatividade em todas as freguesias. E isso não é tão fácil quanto parece.

Mas alguns problemas de identidade também se manifestaram na máquina de propaganda. 

Olhando para a brochura do seu programa eleitoral e para os seus cartazes vemos algumas fotos dos seus tempos como autarca, não havendo uma nova imagem para o João Cepa candidato, o que seria um claro corte com o passado e um sinal do novo ciclo, mas que acaba por aparentar uma continuação de 2013, uma das mensagens fortes da sua campanha. 

Depois de 4 anos de críticas a Benjamim Pereira nas redes sociais como cidadão, a sua aposta como candidato foi também quase em exclusivo nas redes sociais num processo que visou claramente uma difusão maciça dos slogans, do símbolo, das mensagens de apoio dos elementos da lista e de uma mediatização das suas acções de campanha via redes sociais que até deu origem à selfie diária do candidato. Deambulando entre uma estratégia de vitimização ou uma posição ao estilo do Provedor do Esposendense, não resiste a fazer uso das obras feitas no seu mandato para o seu vídeo de apresentação mas não foram argumentos muito utilizados na campanha, protegendo-se assim de críticas relativamente da apropriação do mérito das obras do concelho. O conhecimento e entrosamento da juventude da sua lista com as redes sociais foi uma aposta ganha, tendo a lista ganho uma aparente amplitude de presença na sociedade que supera claramente todas as outras candidaturas. 

Mas onde mais se notou os seus problemas de identidade foi no seu programa eleitoral.

Se a sua experiência de 15 anos como autarca lhe permite ter um conhecimento do concelho como poucos, verdade é que algumas das propostas do seu programa eleitoral parecem saídas de um cidadão que se candidata pela 1ª vez. 

Dá grande importância às propostas no campo da necessidade de termos mais eventos de cariz económico em Esposende, tentando atrair ao concelho os potenciais investidores e dinamizando com o aligeiramento de processos burocráticos os pedidos específicos de cada um dos potenciais investidores, algo que francamente está esquecido em Esposende e que carece de muita maior atenção por parte dos nossos autarcas.Também existe um grande foco sobre questões sociais e de apoio à terceira idade, algo que no nosso concelho será certamente um assunto central nos tempos próximos e que carecerá do apoio das instituições oficiais e IPSS's para ser resolvido.

Mas existem outras propostas que são francamente difíceis de compreender.

Desde o Pavilhão Municipal ao Centro de Artes e Espectáculos, passando pelo apoio a tudo o que seja reconstruções, novas construções sociais e de expropriações das casas devolutas e terrenos,passando pela construção das novas variantes rodoviárias, da construção de um novo Mercado Municipal até à construção do do novo Conservatório de Esposende, entre outras.

Concordo que algumas destas obras serão precisas mas é notório que o candidato João Cepa quer que fique a sensação que estas necessidades não eram necessidades em 2009 quando o ex-autarca João Cepa foi pela 3ª vez eleito, e tendo ele contado com a maior vaga de dinheiros públicos de sempre em Esposende fica sempre a pergunta de como isto será alcançável no futuro com apoios públicos mais reduzidos pelo candidato João Cepa.

Mas o maior exemplo do seu problema de identidade será a proposta do candidato João Cepa de uma nova zona industrial com gestão autárquica, para que não se torne num lugar de especulação e de negócio de pavilhões industriais como aquela que agora existe , aquela que o ex-autarca João Cepa criou em 2004 e que poderia ter gerido no seu 2ª e 3º mandato até 2013 altura em que passou a ser apenas o cidadão João Cepa.  


Tenho dito.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Análise ao candidato: Artur Viana.

Artur Viana é outro dos candidatos que se deparou com um partido em convulsões e com deserções em toda a linha devido à candidatura de João Cepa. 

Depois destas eleições João Pedro Lopes terá de tratar do problema da JP/GC que decidiu não ter nada a haver com este candidato e com a máquina do partido seguindo as pisadas da facção Berta Viana, o que demostrou claramente um facto até agora considerado dogmático e que serve de aviso para as outras juventudes partidárias: quando as pessoas da lista querem, a malta das juventudes pode não fazer diferença nenhuma numa campanha.

Ainda se lembram de Berta Viana...? Bem me parecia. 

Mas Artur Viana deparou-se com um problema ainda maior, o de ter sido a segunda escolha após o desentendimento do CDS-Esposende com João Cepa, mas pelo decorrer da campanha esse facto não  parece ter afetado nem a ele nem ao CDS.

Segue o seu caminho e o seu programa eleitoral e não entrou num achincalhamento do candidato independente demonstrando que o seu apoio foram águas passadas e o futuro do partido a nível concelhio vai mais além do que estas eleições.

A máquina de propaganda do CDS é a mais bem montada de todos os partidos. 

Iniciou com um conjunto de vídeos de apresentação do candidato que foram uma lufada de ar fresco,apenas pecam por terem sido publicados demasiado cedo, seguiu com as arruadas do CDS pelo  concelho com os elementos vestidos com o mesmo uniforme, evitou as janelas decorativos das fotos de perfil do Facebook e terminou com um panfleto de campanha em formato jornal que diferenciou pelo facto de ter um verdadeiro aspecto de jornal e isso não é nada fácil e estão de parabéns por isso.

Em termos de constituição das listas conseguiu um misto de juventude e experiência e uma proporção equilibrada entre homens e mulheres sem disto terem feito uma bandeira o que evitou entrar na patética disputa da "sexta das mulheres". 

Em termos de programa eleitoral é notório que aposta na dinamização descentralizada, propondo a criação da marca "Ofir" e de efetuar as reuniões camarárias em diversas freguesias do concelho,como exemplos, tentando aproveitar o ímpeto da presença de um candidato em cada freguesia o que certamente acresce novas responsabilidades ao seu resultado eleitoral já que este é um dos passos para se poder ter uma real perspectiva de ser um candidato à vitória nas autárquicas.

A este empenho nas autárquicas não será alheio o facto de este CDS de Assunção Cristas ver nestas eleições a antecâmara de preparação para as próximas legislativas.

Falta a este programa alguma consistência em termos de grandes obras, de propostas mais sólidas e concretas no capítulo da criação de emprego e de atracção de capital para o concelho. 

Tenho dito.

Sobre as mensagens de apoio do PSD

Numa base diária, o PSD tem divulgado mensagens de apoio à candidatura de Benjamim Pereira, proferidas quer por históricos do partido (Alberto Figueiredo, António Ribeiro ou Penteado Neiva), quer por elementos do último executivo (Maranhão Pereira e Jaqueline Areias).
Estas declarações, plenas de encómios a Benjamim Pereira, o que é perfeitamente natural, destacam-se, igualmente, pela ausência de qualquer alusão negativa a João Cepa, principal adversário, e os seus mandatos. 
Daqui resultam duas conclusões: por um lado, o reconhecimento, ainda que oculto, dos méritos de João Cepa na liderança e gestão autárquicas, pois doutro modo não se perderia a oportunidade para fazer notar a sua ausência; e, por outro lado, não menos relevante, a honestidade intelectual com que estas mensagens foram feitas, pois não se colocou em crise um passado autárquico que foi de excelência para o partido, não obstante o seu principal protagonista encontrar-se agora do outro lado da contenda.
Para memória futura das eleições autárquicas no concelho, fica a elevação com que todas as candidaturas pautaram a sua actuação nestas eleições, o que não deixará de causar agrado junto dos eleitores.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Análise ao candidato: Manuel Enes de Abreu

A candidatura de Manuel Enes de Abreu pode ser considerada a candidatura da coragem e da resistência e é uma candidatura que têm de marcar um ponto de viragem na concelhia e depois deste processo eleitoral autárquico o PS-Esposende terá de reflectir o que quer fazer deste concelho e Laurentino Regado terá de repensar a sua continuidade no partido.

Num governo liderado pelo PS e não aparecer uma figura de peso do PS nacional em Esposende é um atestado de morte política a Laurentino Regado. 

Estas listas podem ser consideradas como as listas dos resistentes e dos duros, daqueles que muito dificilmente abandonarão o PS depois já que a não escolha de João Cepa como candidato a apoiar fez com que muitas figuras de peso do partido o tivessem abandonado. A votação que o PS terá nestas eleições serão a representação do seu eleitorado mais puro. 

Diria mais, estas listas podem ser uma boa base de partida para um novo PS-Esposende. 

Olhando para a campanha de Manuel Enes de Abreu fez uma má jogada quando não surgiu no debate promovido pela Esposende Serviços já que seria um momento de confrontar um dos principais candidatos à Câmara Municipal e que absorveu parte dos antigos membros do PS-Esposende e demonstrar que as ideias da sua candidatura tinham independência daqueles que desertaram. .
Mas houve algo que me ficou na cabeça depois do debate para a Assembleia Municipal, já que ficou a sensação que estas poderiam ter sido as eleições em que Tito Evangelista poderia ter feito frente ao PSD e a João Cepa e ter um dos melhores resultados de sempre, mas penso que na Assembleia Municipal fará danos à direita esposendense.

Manuel Enes de Abreu deveria ter tido uma abordagem mais dinâmica em termos de publicitação do seu programa eleitoral e da sua presença nas forças vivas do concelho porque parece desperdiçar o que de bom esta candidatura têm.

Foi dos poucos que se viu em "chão de fábrica" nas empresas do concelho, foi dos poucos que teve cartas de apoio verdadeiramente sentidas, foi dos poucos que apostou em sessões de esclarecimentos em que só foi quem lá queria mesmo estar e acima de tudo deveria ter explorado 2 pontos fortes da sua campanha : a proposta do hospital público e a sua vice-presidente, Anabela Rosário. 

É dos poucos que teve a coragem de propor um hospital público que não estivesse entregue à gestão das Santas Casas e que se tentasse unificar os recursos para um único hospital central. 

Propõe uma vice-presidente mulher com experiência na autarquia por trabalhar na mesma  e que não é uma promessa de trabalho mas uma certeza já confirmada disso mesmo.

Manuel Enes de Abreu é um dos resistentes desta campanha. Ele, e a sua lista,  ficou com o partido quando este mais precisou dele e isto é algo que deverá ser relembrado a quem virá a seguir.

Tenho dito.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Esclarecimentos sobre o artigo "O Hitler entrou na campanha"

Depois do artigo de ontem "O Hitler entrou na campanha" surgiram alguns mal-entendidos que terei de esclarecer o quanto antes.

Primeiro de tudo não é meu interesse achincalhar ou levantar alguma suspeita sobre a  pessoa de Rui Pereira e para isso utilizei no artigo a pessoa "eles", o JPNT, e não o "ele", o  Rui Pereira, porque não queria centrar esta crítica no Rui Pereira mas sim na lista.

O Rui Pereira é um pai de família, é um elemento ativo da nossa sociedade, uma pessoa por quem todos passamos na rua, no café ou no futebol e foi um dos membros mais ativos e produtivos da nossa Câmara Municipal e cujo trabalho mais admirei desse elenco governativo e não estou minimamente interessado em colocar em dúvida os valores que a sua pessoa se rege.

Segundo, não é meu intuito dizer que a JPNT têm laivos ou aspira a uma política de extrema-direita, nacional-socialista, nazismo, etc. Sou amigo e conhecido de várias pessoas que integram a lista e sei que este tipo de ideologia não é a "cara deles" e nunca quis colocar em causa a honra dessas pessoas.

Era de esperar uma linha comunicacional da JPNT e que este seria um anúncio baseado numa política comunicacional pensada para esta campanha quando fui surpreendido quando fui informado que não é o caso e que cada um dos membros da lista coloca os post's de campanha que entende, algo que eu pensei que estivesse mais organizado.

Terceiro, apenas era meu intuito comentar a enorme falta de oportunidade na utilização desta imagem, do simbolismo que ela contém e do facto histórico a que ela remonta, e o facto irónico de se falar de uma resistência a um  poder quando parte dessas pessoas no passado exerceram esse mesmo poder.

Excedi-me? Muito provavelmente sim .

Peço aqui desculpas aos elementos da JPNT, e em especial ao Rui Pereira, pelo transtorno que estas situação lhe possa ter criado e por poder ter plantado algumas dúvidas na cabeça dos votantes sobre a idoneidade das pessoas visadas.