quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

psd, cds e MAMAS!

O espírito natalício anda ao rubro por cá!

PSD lançou um blog para responder a um ali denominado “lobby anti poder”! 

É certo que tal postura vem afinal confirmar a importância que é (exageradamente, digo eu) dada à blogosfera. Pensávamos nós que importante era ter um boletim para informar o verdadeiro povo! Afinal parece que não! 

Aguardamos por lá mais escritos, ainda que se reconheça que a forma exaustiva sobre a obra feita no primeiro post não deixa grande margem aos próximos.

Vá… se calhar não será um blog do PSD… afinal de contas o “editorial” refere que é “sem segundas intenções”! Esperemos para ver e ler! Mas a ser mais um movimento cívico… é caso para começar a fazer tremer os partidos! Os grupos de cidadãos que se agregam para pensar a polis tendem a concluir que não precisam dos partidos para dar voz às suas ideias, e daí a alhearem-se deles é um pequeno passo!

O CDS por sua vez aproveitou o natal para lançar um outdoor de boas festas. E eu, que nem tenho por hábito brincar com imagens… não resisti a dar um toque pessoal! (E atenção, não cobro nada por isto! Se quiserem podem usar em janeiro, aquando da vinda dos reis)!

Claro que em tempos de crise… fazer um outdoor representa um custo questionável… mas também há quem viva disto cá na terra por isso fica por cá o investimento. Melhor, entre ter lá estas caras ou a Cristas com um gráfico manhoso… assim fica menos mal!

Tanto se queixam de não terem antena no boletim municipal que lá arranjaram maneira de contornar a coisa, dando cara ao partido de uma forma… vá, digamos que moderna! Caricata até!! Mas se calhar… a coisa até que pode correr-lhes bem!

Podiam lançar um jornalzito do CDS? Podiam! Assim escreviam e diziam o que lhes apetecia! Mas talvez isso precisasse de muito “poder de fogo”, assim como quem diz “muito daquilo com que se compram os melões”! É coisa que não estará ao alcance de todos os partidos e em boa verdade, em regra, folhetins partidários tendem a ser algo que faz muito fumo e arde mal! Temos que pensar no ambiente antes de abater árvores com esse fim!

Voltando no entanto aos melões, porque nenhum outro partido publicou ainda as suas boas festas, eu tomo aqui a liberdade de dar a sugestão para um outdoor daqueles que cativam mesmo! E que estará perto de tratar por tu os 5 melhores outdoors que o CDS possa vir a fazer nos próximos anos.
Claro está que alguns associariam isto assim a uma espécie de “Partido da Mama”! É legítimo! Mas vão por mim e acreditem que esse até já existe ainda que de forma “não oficial”!

Este seria mais ao jeito PECD - partido de esquerda, centro, direita! E que bela geringonça!!

Eu, neste espírito natalício, deixo aqui esta modesta sugestão (bem… modesta é como quem diz!!) E assim ninguém se chateia! Da esquerda à direita ninguém negará que são um belos votos de boas festas!

Ps.: o título do post é meramente sugestivo! Mas arrisco dizer que este post terá mais visualizações que um certo canal que eu cá sei! E não querendo ser concorrente desleal... entre blogs com rosto e blogs com mamas... perguntem ao google quem tem mais visitas! :)

Esposende com mais rostos

Deixem-me saudar o novo blogue esposendense "Esposende com Rosto".

Se tantas vezes aqui me revoltei contra os blogues fantasmas recheados de meias-verdades e factos obtidos por debaixo da mesa, não poderia deixar de saudar Manuel Penteado Neiva e o seu "Esposende com Rosto", pessoa que não conheço pessoalmente, para um mais do que provável enriquecimento da discussão da vida pública e política de Esposende.

Fazendo a leitura do 1.º artigo do próprio, é claro que Manuel Penteado Neiva vai ser um crítico dos críticos relativamente ao poder instituído, o que por si só representa uma lufada de ar fresco no panorama comentarista local, onde parecia que estávamos sujeitos a uma "verdade única", muito em voga na realidade das redes sociais.

Apenas posso desejar que este blogue seja a confirmação do fim da letargia democrática e cívica em que Esposende se viu mergulhada durante anos.     

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Pôr-se a jeito

Ao cabo de 3 anos de mandato, apontam-se a Benjamim Pereira a incapacidade de decidir e fazer executar em tempo útil.
Na primeira reunião camarária deste mês, os vereadores foram chamados a deliberar sobre a submissão a consulta pública, pelo período de 30 dias, do projeto de regulamento de concessão de benefícios sociais aos cidadãos voluntários em corpos de bombeiros do município de Esposende. 
A deliberação foi aprovada por unanimidade, tendo o vereador socialista João Nunes aproveitado a votação para declarar a sua satisfação pelo facto de 347 dias após a sua proposta de criação do Cartão Municipal de Bombeiro - feita em Dezembro de 2015 – o Município ter, finalmente, aprovado medida que visa a concessão de apoios aos bombeiros.
O Presidente da Câmara é que não gostou da ousadia de João Nunes em querer arrogar-se como "pai" da medida, e quis também reclamar para si a autoria do benefício: "Recordo que o primeiro compromisso de atribuição de benefícios aos Bombeiros foi por mim apresentado publicamente em março de 2014, no jantar de comemoração do aniversário dos Bombeiros Voluntários de Esposende."
Ou seja, João Nunes, chamando para si os louros da criação de medida de apoio aos bombeiros, não deixa de criticar o facto de esta ter demorado quase 1 ano a ser concretizada. Benjamim Pereira, em resposta, diz que a iniciativa é que partiu do seu lado, não se dando conta porém que, sendo assim, a medida foi concretizada não passados 347 dias, como referiu João Nunes, mas, antes, passados...989 dias!
Pela própria boca morreu, assim, uma boa oportunidade para Benjamim Pereira desfazer a ideia de que é um Presidente que não executa, em tempo útil, os compromissos que faz...

sábado, 17 de dezembro de 2016

Novos ventos no CDS

João Pedro Lopes foi eleito líder da concelhia do CDS e isso promete novos ventos.

Espero que a nova direção consiga dinamizar o partido e retirá-lo da letargia e do estado comatoso em que se encontrava e termos mais um partido de verdadeira oposição em Esposende. Como João Pedro Lopes disse, e algumas vezes o escrevi aqui, o CDS vivia da nostalgia de uma época de ouro e corria o risco de se extinguir calmamente.

Não tenho muitas dúvidas que o CDS ganhará um novo poder-de-fogo mediático junto da comunicação social concelhia, o que lhe trará dividendos. Mas o mais interessante destes primeiro ano da nova direção será a escolha do candidato do CDS às autárquicas.

Berta Viana no passado foi muitas vezes criticada por João Pedro Lopes pela sua cumplicidade com o PSD e pela aprovação de diversas medidas do executivo, o que não lhe deve garantir um lugar como candidata pelo CDS, mas parece ser um elemento a ter em conta nesta nova concelhia, o que me deixa com curiosidade para perceber que papel ela terá no futuro da mesma.

Sabendo que João Pedro Lopes não será o candidato, ele já foi tentando estabilizar as expetativas afirmando que não está nos seus horizontes o apoio a candidaturas independentes e que a decisão será colegial e não uma escolha pessoal, o que na minha interpretação pessoal seria o mesmo que ter dito "João Cepa: já cá estou, agora convence-os tu".

Mas a solução que melhor serviria o CDS seria a do candidato próprio, alguém que consiga fazer política de uma forma constante e construtiva fazendo do seu vereador e do seu presidente de concelhia 2 "braços armados" da divulgação das ideias do partido.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Irão, a calma revolução

Almoçar um cheeseburger e uma Coca-Cola na Mesquita do Ayatollah Khomeini seria algo impensável há alguns anos atrás mas isso já não é o Irão atual.

O Irão é hoje um dos poucos países a nível mundial com  perspetivas de crescimento económico sólidas e constantes nos próximos anos em virtude do levantamento do embargo económico a que o país estava sujeito em função do seu controverso programa nuclear.

Lendo a imprensa financeira iraniana em inglês, sim ela existe, é claro que o ambiente económico fervilha de novas oportunidades: É a Petrobras que vai construir uma nova refinaria no pais, é a Boeing que vai vender 70 aviões para a Iranair, as empresas de transporte de mercadorias holandesas já pedirem licenças de atividade, são as empresas de construção civil alemãs que já montaram gabinetes de orçamentação na capital.

No hotel em que fiquei hospedado foi um corrupio de comitivas oficiais e de ministros, desde alguns comissários europeus que participaram em conversações sobre transportes até ao ministro do comércio da Nova-Zelândia passando por uma comitiva de ministros suecos e polacos até membros da assembleia nacional Indonésia. Só ao 2º dia é que me apercebi que tinha tido estado a tomar o pequeno-almoço com o Ministro da energia brasileira e alguns dos membros da administração da Petrobras ao meu lado e tinha conhecido um "testa-de-ferro" de capitais camaroneses.

Isto demonstra que as expetativas são altas.

Mas também houve presença portuguesa. Num restaurante em Teerão tive um encontro ocasional com um designer português que estava inserido numa comitiva internacional de designers do mobiliário de luxo que preparavam a sua entrada no país já que olhando para Teerão, uma cidade do tamanho geográfico e populacional de Londres, aos já frequentes arranha-céus começam a florescer mais prédios e torres de escritórios o que denota que o clima é de confiança.

Mas os sinais das sanções ainda se verificam.

O sistema bancário iraniano vive numa autêntica "Ilha" onde os cartões de crédito estrangeiros não funcionam com todos os pagamentos, dos hóteis ao visto de entrada, a serem feitos em dinheiro e com dificuldade em trocar dólares.

Nas ruas de Teerão os Peugeot 405 e 206 produzidos na fábrica da Khodro ainda enchem as ruas, sendo francamente estranho estar a andar um carro com a tecnologia de 1988 produzido em 2014. Se não viu um Peugeot 405 é porque não esteve no Irão.

Mas mais do que o clima financeiro otimista o que mais impressiona é a disparidade de realidades nesta cidade.

O Irão continua a ser uma das sociedades islâmicas mais fechadas, apesar de Xiita, sendo ainda proibido a venda de álcool, as mulheres têm de usar véu, o metro e alguns edifícios governamentais têm entrada para homens e outra para mulheres, poucos são os espaços desportivos mistos, os ginásios desportivos ou são para homens ou só para mulheres, não existem pubs, bares ou discotecas.

Ao contrário das nossas sociedades, aqui as lojas de roupa que imperam nas zonas mais caras são as masculinas sendo que em cada 10 lojas de roupa 9,5 são para homem e 8,5 são de confeção de fatos e então se  falarmos de sapatarias a relação deve ser de 10/9,9 e 10/8,9.Mas também existem lojas de lingerie e de roupa feminina, quase sempre atiradas para as periferias da cidade.

Teerão, uma cidade maior que Londres ou Moscovo, morre a partir das 23:30 não havendo atividades licitas a não ser os cinemas a partir dessa hora já que desde a revolução islâmica de 1979 que os espaços de diversão noturna são proibidos pela lei islâmica.

Andando pelas ruas paralelas às ruas principais repara-se que existem atividades que se escondem dos olhares da pouco presente polícia dos costumes, com sons de discoteca abafados a surgir das traseiras de restaurantes e armazéns de expedição e grupos de jovens raparigas a passarem com as suas legins super-apertadas e saltos altos a passarem para estas zonas. Rezam as crónicas que nesta cidade as festas são dadas em casa de alguém que já montou algo semelhante a uma discoteca e que nestes espaços escondidos atrás de um negócio legítimo é onde os véus caem e surgem os vestidos decotados e os saltos-altos e onde a vida noturna corre e até pode ilegalmente existir álcool.

Num dos mais badalados restaurantes de Teerão assisti às jovens que celebravam o aniversário de alguém  impecavelmente vestidas com o último grito das marcas de alta-costura francesa a recolherem a uma zona mais privada para tirarem fotografias sem os véus e os lenços que cobriam as pernas.  

Dizem os entendidos que no Irão se segue a máxima " o que se passa nas 4 paredes fica dentro delas" e isso pareceu-me claramente implementado.

Mas já podemos ver pares de namorados de mãos-dadas na rua e em algumas ruas mais escuras podemos mesmo assistir a um beijo furtivo. Muito longe parecem estar os tempos das mulheres de negro com as imagens de Khomeini a declararem fidelidade eterna à lei islâmica.

A diferença entre as classes ainda é gritante. 

Se na zona norte da cidade temos os ricos da sociedade, onde imperam os desportivos italianos e carros de luxo alemães e as moradias de luxo na zona sul temos as crianças que apanham lixo na rua e os refugiados das guerras que se passam na sua fronteira, Afeganistão, Iraque e Azerbeijão. 

O organizado e limpo metro de Teerão é a loja em movimento para muitos destes habitantes, sendo impossível não apanhar um pelos menos 3 vendedores de qualquer coisa no interior do metro: desde lapiseiras a cadernos de colorir passando pelos cintos e capas para almofadas.

Nos locais de culto religioso é possível ver as os grupos de pessoas que vêm das paragens mais remotas e a diferença para com as populações da cidade é gritante, se de um lado temos pessoas que poderiam passar por habitantes de uma qualquer cidade na Europa por outro temos os pessoas saídas diretamente das tribos que usualmente vemos nos documentários do National Geographic.

Andando pelas ruas ainda muitos são os sinais de animosidade contra os EUA, ainda havendo murais frescos com pinturas evocativas da resistência aos EUA, da sua possível invasão e dos tempos da guerra contra o Iraque. Não nos podemos esquecer que ainda hoje a guerra contra o Iraque é o momento marcante na História moderna neste país, quando a cidade foi bombardeada a partir do Iraque. Essa memória ainda hoje vive no Parque da Guerra Sagrada.

Mas no fim e apesar das grandes diferenças, somos muito parecidos : Passando por um shopping reparo num aglomerado de pessoas que estavam especados a olhar para uma televisão que viam o Barcelona-Real Madrid!

O Irão é uma realidade única e uma realidade de que ouviremos falar nos próximos tempos pelas melhores razões.

Algo me diz.

Azerbeijão, um país na Marginal

Por mais incrível que pareça, falar de Baku parece que estamos a falar de Esposende.
Se em Esposende muitos se queixam da omni-presença da Marginal, o que dizer de Baku onde não é apenas uma cidade, distrito ou região que vive a Marginal mas sim um país inteiro.
Toda a Marginal está pensada para ser o postal bonito do país e mesmo com a baixa do petróleo continuam a crescer os hotéis de aço e vidro e os pavilhões do governo que irão albergar mais espaços públicos como museus e pavilhões temáticos.
Poucos são as atrações turísticas publicitadas que não se encontrem na Marginal de Baku, desde as torres em forma de chama que se iluminam à noite até ao pavilhão onde foi realizada a final do Eurovisão da canção, passando pelo Museu das Carpetes e pela recriação de Veneza com gôndolas e pontes ao estilo veneziano e o recinto de BMX.
 As grande exceções são a Cidade Velha, que nos invoca os tempos da Rota da Seda e os fenómenos da "Terra Ardente" que surgem devido à facilidade de extração de petróleo e dos seus derivados.
Para além da Marginal também as ruas paralelas à mesma sofreram grandes restauros e enriquecimento com prédios em estilo neo-clássico a florescerem e os antigos prédios a sofrerem renovação, criando uma aura de Nice nesta zona da cidade, sendo natural que a corrida de F1, o grande evento nacional, decorra entre a Marginal  e estas ruas. 
Andando nas ruas do circuito é constatável um excelente piso de alcatrão e por vezes encontramos os famosos corretores de trajetória nas curvas mais apertadas em plena rua e impressionante olhar para a curva da Torre Maiden, o local mais apertado de todo o circuito mundial de F1, onde um piso de alcatrão temporário é colocado para preservar a calçada original. Mas não apenas da F1 o Azerbeijão quer fazer sustentar o seu turismo desportivo.
As modernas infraestruturas que se encontram na periferia permitem que Baku se projete para maiores eventos do que o da F1. Depois de ter albergado os primeiros Jogos Europeus, Baku será uma das cidades que vai albergar o Euro-2020 e têm consistentemente apresentado a sua candidatura a uns Jogos Olímpicos de Verão, estando o governo apostado em tornar Baku numa referência do turismo do Cáspio, atendendo ao previsível crescimento económico do vizinho Irão tudo indica que isso será uma aposta ganha.
Por vezes o modernismo chega a ser exagerado, e no moderno e arquitetónico Aeroporto de Baku é quase impossível encontrar um souvenir local no meio das lojas de relógios suiços ou de ourivesaria francesa.
Mas a Marginal não se tornou este postal ilustrado nos tempos mais recentes.
O Azerbeijão, e Baku em especial, foi o local onde nasceu a indústria petrolífera e a sua extração ganhou foros de indústria credível e onde nasceram os primeiros impérios e com isso existe uma abundância de recursos que está espelhada nos edifícios do séc. XIII. Aqui foi onde nasceu a BP, onde os irmão Nobel fizeram parte da fortuna que financiou os prémios Nobel e onde Calouste Gulbenkian fez a sua fortuna.
Esta facilidade de acesso ao petróleo e aos seus derivados ainda hoje marcam a paisagem circundante, já que a apenas 20 km's do centro da cidade os poços de petróleo e as máquinas de extração são o panorama geral e é impossível não sentir o cheiro a gás que existe no ar sem estarmos perto de uma das zonas de extração.
Se mais evidencias fossem precisas, os fenómenos da montanha ardente seriam  a prova final dos imensos recursos que existem nestas paragens. O gás está tão perto do solo que se inflama em contacto com o oxigénio quando libertado através de fendas e arde continuamente num processo que quase chega a ser saído de um filme de ficção científica já que o solo se incendeia por si mesmo.
Mas nem tudo é turístico em Baku.  
Todas estas extravagâncias têm a iluminação cortada à meia-noite e a poucos quilómetros da cidade é quase impossível ter iluminação publica e estradas em boas condições.
E se nem tudo é turístico em Baku, muito menos no resto do país.
O Azerbeijão é um dos muitos países da ex-União Soviética que vive na sombra mediática da Rússia e que através de acordos e concessões a diversos interesses mantêm uma acalmia de pressões externas que noutras latitudes seria altamente reprovada. O mesmo partido têm ganho as eleições desde 1992, sempre com 85% de votos, e o Presidente eleito têm quase poderes absolutos sobre o resto da vida política Azeri e a liberdade de expressão é como o forte vento que sopra do Cáspio, passa de vez em quando e desaparece.
Andando nestas ruas e nos seus bons restaurantes é impossível perceber que estou num país que há 8 meses esteve num conflito armado numa das suas regiões/enclaves, Nagorno, e que vive em estado de conflito com a Arménia desde 1992.
Nagorno é um dos mais estranhos enclaves na Europa e no Mundo, já que é uma região de maioria arménia mas está incluído no território do Azerbeijão mas têm uma capital própria, uma bandeira própria, inspirada na da Arménia, e um passaporte próprio. As autoridades Azeris não permitem que se aceda a esta região pelo território Azeri, sendo apenas visitável pelo lado  arménio.
Foi-lhes prometido que seriam Arménia em 1992 e mesmo após o conflito de 1992 ficaram no Azerbeijão nesta situação quase insustentável.
Ainda me surpreendo como me surpreendo com o caos geo-político deixado por Gorbatchov.
Esta fronteira é uma das mais selváticas do Mundo, sendo conhecida como o Inferno dos atiradores-furtivos onde todos os meses se registam mortes de soldados em ambos os lados. Separadas por 2 muros e umas centenas de metros de terreno limpo, demorar mais do que alguns segundos com a capacete fora da muralha é um passaporte certo para ser alvejado pelo lado  contrário.
Nada disto é agradável para colocar nos postais mas o memorial dos mortos do conflito de 1992 situa-se nos dos locais mais visitados pelos habitantes da capital.
Sendo este um país que requer visto aos seus visitantes é incrível perceber que as respostas afirmativas à questão se já fomos presos, ou se consumimos droga, ou se trazemos pornografia infantil não são motivos para revogar o pedido mas afirmar que já se visitou a Arménia ou que se quer trazer produtos arménios para o país é um "Não" rotundo.
No fundo, o Azerbeijão fará o seu caminho montando nas suas riquezas naturais, tornando-se um postal aparentemente cada vez mais bonito para quem o queira visitar. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Futebol - balanço da 1.ª volta

A edição 2016/2017 do campeonato nacional da Associação de Futebol de Braga chegou ao termo da sua 1.ª volta. Tempo, então, para um breve balanço.
O registo das 4 equipas do concelho (Associação Desportiva de Esposende, Futebol Clube de Marinhas, UD Vila Chã e Forjães Sport Clube), ao cabo das primeiras 17 jornadas, foi bastante modesto, ficando aquém das boas expectativas aquando do arranque da temporada.
Reflexo disso é o facto de nenhuma equipa concelhia figurar na primeira metade da tabela. O melhor lugar pertence ao Esposende que milita na 12.ª posição (em 18).
A primeira volta das equipas locais fica marcada pela tentativa constante de fugirem aos lugares de despromoção. Aliás, nesta primeira metade da época, 3 das 4 equipas concelhias já fizeram uso da chicotada psicológica (Esposende, Vila Chã e Forjães).
Honra seja feita ao Marinhas que depois de um péssimo arranque, não cedeu à tentação de despedir o seu jovem treinador (mas com muitos anos de casa), Rui Vasquinho, posicionando-se, agora, fora da zona de despromoção. Paciência é uma virtude muito importante no futebol.
Muitas equipas deixam para a 2.ª metade da época o seu pico de forma. Esperemos que seja o caso das equipas concelhias e que as próximas 17 jornadas não sejam o sufoco e pressão pelos pontos que caracterizaram a primeira volta. 

domingo, 4 de dezembro de 2016

Ainda o canal!

Numa passagem por Guimarães na passada sexta-feira deparei-me com uma intervenção numa zona que num passado relativamente recente me era bem conhecida.

Questionando a razão da intervenção, eis aqui a explicação.

Conhecendo o problema do passado em que por lá andei, achei interessante a solução, tanto mais que se afigurava perfeitamente exequível por cá, sem necessidade de 4,5kms de trincheira em volta da cidade.

E sendo já conhecido o custo estimado do canal e da comparticipação do Estado, há uma questão que ainda não foi colocada ou pelo menos a resposta ainda não foi tornada pública.

Em quanto vai a estimativa de indemnizações a pagar aos proprietários? E de caminho: o montante previsto para a execução já contabiliza essas indemnizações, ou são contas distintas?

É que este valor, pelo menos por defeito já é conhecido do Município, uma vez que já notificou os proprietários das avaliações propostas!

E num "detalhe" destes, facilmente passa para 6 (ou mais) o que se anuncia custar 4 milhões.

Se alguém souber...