quarta-feira, 30 de julho de 2014

Museu, Biblioteca e Casa da Juventude, mudar ou manter?

Estas três valências do nosso concelho precisam de uma reorganização quanto à sua localização para melhor aproveitamento e poderemos discutir também quanto às suas funções e valências.

O Museu Municipal tem uma localização privilegiada junto ao centro da cidade, mas vive fechado em si mesmo. 
O Largo dos peixinhos tem ganho cada vez mais vida com o advento das esplanadas e tem sido um ponto de concentração de pessoas interessante em que vem contradizer a ideia geral de que o rio é a única atração da cidade. O edifício do Museu poderia ser um excelente local para alimentar esta corrente ou para ser alimentado por esta corrente.  
Aquele espaço poderia ser palco para concertos, palestras, instalações artísticas que animassem e chamassem pessoas ao largo, podendo ter uma agenda cultural diurna e noctívaga e poderia mesmo ter um espaço de restauração que aproveitasse o espaço. Sei que alguns acharão estranho, mas este truque tem sido utilizado por diversos outros museus, casos do Porto, Braga, Viana do Castelo, Lisboa, entre outros. Resumindo, algumas das valências da Casa da Juventude deveriam passar para o Museu, abrindo-o mais à comunidade.
A Biblioteca Municipal deveria ser repartida em duas vertentes. Quem a frequenta sabe que esta em termos diários é muito utilizada para fins escolares e que isso pode justificar um seccionamento da Biblioteca em dois blocos: o cultural e o técnico. Seria preferível ter parte da Biblioteca na Casa da Juventude, com as publicações mais dedicadas ao âmbito escolar e meios informáticos a serem deslocadas para junto da Avenida Dr. Henrique Barros Lima onde estão as escolas e assim os recursos ficariam junto de quem os utiliza e libertaríamos espaço para exposições e mostras do erário da Biblioteca Municipal, fazendo com que a Biblioteca absorvesse parte das funções do Museu Municipal. Mais ousado seria a junção das bibliotecas que existem nas escolas e fazer a sua gestão e expansão junto com a biblioteca municipal, mas isso será outra discussão.
E agora a Casa da Juventude. A sua função neste novo esquema seria mais ampla e mais abrangente nas suas valências, passando não apenas de um local dedicado à expressão artística e cultural mas como apoio nas actividades dos jovens em Esposende. Seria mais do que uma casa mas mais um centro, tal como foi feito com as diversas forças militares a operar em Esposende.  No caso da Casa da Juventude penso que o espaço em terra batida que existe à volta dela deveria ser melhor aproveitado, não necessariamente para ampliação do edifício mas possivelmente para espaços de lazer ou de espaços que suportem as actividades que decorrem dentro do edifício central.
O que descrevo aqui poderá ser visto como algo muito teórico, muito idealista e que isso necessitava de fundos de que o concelho não dispõe, mas como ficou visto pelo caso do Largo dos Peixinhos, a abertura de um pequeno espaço catapultou um largo vazio para um centro de convívio, logo o que não aconteceria se optimizássemos estes 3 espaços?
A questão não será quanto custa mudar, mas quanto nos custará manter?

terça-feira, 29 de julho de 2014

Bibliotecas de praia

Um dos maiores prazeres que tenho no Verão é parar pela biblioteca de praia, pelo final da manhã ou da tarde, e colocar a leitura dos jornais em dia, ou progredir umas quantas páginas mais do livro que estou a ler nas férias.
É das melhores coisas que o nosso concelho oferece nesta altura do ano.
Estranhamente, porém, as bibliotecas de praia continuam envoltas numa rigidez que não as favorece e que tarda em ser corrigida. Refiro-me, designadamente, ao seu período de duração e horário.
Relativamente ao período de duração, as bibliotecas de praia estão a funcionar até 31 de Agosto. Ora, é certo e sabido que para muitos portugueses as suas férias só começam em Setembro, muitos jovens só regressam às aulas na 2.ª ou 3.ª semanas de Setembro, e quem passa pelas praias de Ofir, Cepães ou Suave Mar sabe como estas estão cheias de veraneantes durante o mês de Setembro. 
Por isso, justifica-se, plenamente, que as bibliotecas de praia durem, pelo menos, até ao final da 1.ª quinzena de Setembro.
No que respeita ao horário, o fecho das bibliotecas de praia às 18 horas é pouco consentâneo com o regresso de muitos veraneantes da praia que se faz, precisamente, por essa altura do dia, e que certamente gostariam de passar os olhos por um jornal ou revista, tranquilamente, no conforto da biblioteca de praia.
Assim, justifica-se que as bibliotecas de praia fechem, apenas, às 19h.
Sendo a biblioteca de praia um projeto totalmente suportado pela Câmara Municipal de Esposende, admito que o alargamento do horário, bem como do período de duração, não sejam compagináveis com o orçamento que, anualmente, é destinado ao projeto.
Ora, é precisamente neste tipo de iniciativas, atenta a sua utilidade pública, que se justifica que a Câmara tente encontrar parceiros, junto da sociedade civil, que apoiem o projeto, tornando-o mais apropriado aos interesses da comunidade.
Alguns estabelecimentos comerciais fazem campanha intensa pela altura do Verão e a sua associação às bibliotecas de praia afigurar-se-ia, seguramente, como um bom veículo de promoção dos seus eventos. As bibliotecas poderiam, por exemplo, ser postos de vendas de bilhetes de festas nesses estabelecimentos.
Mas outras modalidades de angariação de fundos poderiam ser, também, equacionadas: é o caso, por exemplo, de uma caixa de donativos em cada uma das bibliotecas.
O que faz falta é puxar a imaginação e tentar vislumbrar formas de prolongar as bibliotecas de praia pelo tempo e horário adequados à disponibilidade das pessoas que frequentam as praia do concelho. Volvidos estes anos todos desde que foram criadas, as bibliotecas de praia são hoje uma realidade incontornável do nosso Verão e se podem prestar melhor serviço público, então devem fazê-lo. 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

O novo Mapa Judiciário!

Com base no trabalho elaborado pela Ordem dos Advogados, (disponível aqui), elaborei esta pequena síntese, dentro da apresentação relativa ao Conselho Distrital do Porto da OA, tendo em vista sintetizar o impacto para Esposende, concretamente no que à competência do Tribunal Judicial da nossa "até aqui" Comarca.

Assim, da apresentação facilmente se conclui por onde andará a ser tratada a justiça da nossa população. 

Creio que com tanta tecnologia envolvida... o sistema pretendido por este novo Mapa Judiciário será tudo menos 4G em velocidade, representando tão só e apenas um 4G no que respeita a "4 x mais Gastos". 

De Setembro em diante (assim o dite a teimosia da Sra. Ministra), andaremos por Barcelos, Braga e até Famalicão, sendo que de vez em quando viremos até Esposende, não diria que apenas abrir o correio... mas andará lá perto!


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Kook Proof, a ponta do iceberg?

Quase desconhecido para grande parte dos Esposendenses, o Kook Proof prova que a qualidade no turismo é o caminho a ser seguido em Esposende.
Antes de continuar e para os mais cépticos, isto não se trata de publicidade ou a pedido, mas sim, fazer ver o que de bom se faz no concelho.
O Kook Proof funciona em modo kite camp,  basicamente um campo de férias com atividades ligadas ao Kite surf, surf, paddle e outras atividades multidesportivas. Com as atividades pode também vir o aluguer da casa e todos os serviços de transfer para aeroporto e acomodação, e até aqui aparentemente nada de novo.Mas o que mais me chamou a atenção neste projecto são os detalhes.
Se passarem pelo seu  website (http://www.kookproof.com/) reparam que para além de fotos com grande qualidade dos participantes nas atividades temos fotos muito boas da cidade e do rio, algo que poderia ser reproduzido pelo site oficial de turismo de Esposende, e um design arrojado que transmite uma sensação de cosmopolitismo que atrai (na minha opinião) um público mais basto. Outro dos detalhes que se salienta neste website é o informalismo e a descomplexidade com que trata os restaurantes locais e as restantes atrações da cidade, fazendo com que o leitor se sinta mais apegado, mais próximo da cidade e que para quem quer visitar uma cidade como Esposende penso que seja necessário e desejável.
Mas o detalhe mais significativo é ser todo em inglês. Isto demonstra que automaticamente se virou para um público estrangeiro, para um público com maior capacidade financeira e que se dispõe a passar 15 dias em Esposende. Olhando para as fotos vemos que poderíamos estar numa qualquer praia da Suécia ou da Dinamarca e para quem frequenta a zona da marina dos pescadores e ruas adjacentes certamente já se apercebeu que  a frequência de nórdicos e anglo-saxónicos disparou recentemente pelas ruas de Esposende, e chegar a uma esplanada de um qualquer café de Esposende e ouvirmos 3 línguas diferentes à mesma mesa é algo que me deixa com um certo orgulho.
E é isto que nós, enquanto concelho, precisamos. O caminho é este, apostando nos nichos de mercado, apostando em mercados e públicos que conhecem e que preferem preservar e desfrutar do que temos para oferecer. O caminho é apoiarmos e encorajarmos este tipo de iniciativas e negócios que trazem mais valia em termos de benefícios diretos e indiretos para outros negócios paralelos.
Mais Kook proof's precisavam de aparecer nas mais diversas vertentes do turismo do concelho.
O caminho é a classe e a qualidade.

terça-feira, 22 de julho de 2014

A ida aos bombeiros de Benjamim Pereira

Foi dos momentos mais marcantes da minha meninice, e que ainda hoje recordo com muito carinho. O dia em que fui fazer uma visita de estudo ao quartel dos bombeiros voluntários de Esposende. 
Como acontecia a qualquer criança, os camiões dos bombeiros, os capacetes, a torre da sirene, tudo à sua volta causava-me espanto e admiração. 
Recentemente, os Bombeiros Voluntários de Esposende fizeram um dia aberto à comunidade, dedicado à recolha de fundos para as suas atividades, onde disponibilizavam uma visita guiada às suas instalações para quem quisesse. Como não poderia deixar de ser, aproveitei a ocasião para voltar a percorrer os quatro cantos de uma casa onde se dá, generosamente, uma vida por vida, com o mesmo deslumbre dos meus idos 8, 9 anos de idade. 
Os Bombeiros Voluntários de Esposende e de Fão são património material e imaterial da nossa comunidade, e todo o apoio que lhes é dado nunca é demais.
Foi, por isso, com gosto que li que a Câmara Municipal procedeu, na passa sexta-feira, à entrega de equipamentos de proteção individual. No caso concreto, a entrega decorreu nas instalações de cada uma das corporações de Bombeiros.
Quando foi anunciado o acontecimento, gerou-se alguma polémica (nas redes sociais) pelo facto de a cerimónia não merecer maior solenidade por parte de Benjamim Pereira, à semelhança, por exemplo, do que fez o seu homólogo da Câmara de Barcelos que procedeu à entrega desses equipamentos às suas corporações nos Paços do Concelho.
Gostos não se discutem e, pessoalmente, parece-me que esteve acertada a Câmara de Esposende ao ter procedido à entrega dos equipamentos na "casa" dos Bombeiros, isto é, nos respectivos quartéis.
Não se trata de dar menos importância ao impacto que aqueles equipamentos vão revestir para os Bombeiros, bem pelo contrário. A entrega dos equipamentos nas próprias corporações assume grande solenidade, revestindo um cariz de proximidade entre Autarquia e comunidade, que importa cuidar bem dado o serviço público relevante prestado pelos nossos bombeiros.
Não acompanhando as críticas à suposta menor solenidade dada pela Câmara de Esposende, entendo, por outro lado, que o gabinete de imprensa da Câmara de Esposende não necessitava de acusar o toque, como decorre da notícia informativa sobre o tema, onde se introduziu a peça com «Num ato desprovido de qualquer formalismo» para, mais adiante, se referir «o Presidente da Direção dos Bombeiros Voluntários de Esposende, Agostinho Teixeira, destacou a simplicidade do ato». É que, dessa forma, acaba por se desvalorizar um ato que, conforme acima referi, assume especial significado. Se fosse simples, bastaria então ter ido apenas o vereador da Protecção Civil, não tendo Benjamim Pereira que se dar ao trabalho. 
Um comentário final para notar a estranheza de, ainda na notícia informativa da Câmara, não virem mencionados os presidentes das Juntas de freguesia da União de Esposende, Marinhas e Gandra e de Apúlia e Fão. Precisamente por entender que o ato teve importante simbolismo, a alusão àquelas entidades só reforçaria esse significado. 

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Tozé, um ex-filho do Dragão

Apesar do futebol ser o desporto-rei em Portugal, Esposende tem dado mais cartas na canoagem e no andebol.
De qualquer modo, sempre se dirá que no futebol o concelho já obteve algum relevo desportivo, nomeadamente, com a subida da Associação Desportiva de Esposende (ADE) à 2ª Liga, onde aí permaneceu durante 2 temporadas, e a ida da ADE às meias-finais da taça de Portugal.
Nos últimos anos, o destaque mediático do concelho no futebol tem ocorrido através das suas individualidades. Surgem miúdos formados inicialmente em equipas concelhias e que depois vão fazer o resto da sua formação em clubes como o Porto, Benfica, Braga ou Rio Ave. São os casos de Rafael Lopes, Kiki Afonso, Frédéric Maciel ou Tozé, entre outros.
Do lote desses atletas, aquele que mais se tem destacado é, indiscutivelmente, Tozé, jovem forjanense que fez a sua formação no Futebol Clube do Porto e que, entre treinos e jogos, conseguiu ainda ter tempo para acabar o 12.º ano com média de 20!, o que lhe valeu uma condecoração por parte de Rui Rio.
Tozé, considerado dos melhores jogadores jovens da 2ª liga, também um dos seus melhores marcadores, internacional nas camadas jovens portuguesas, e campeão nacional da 1ª Liga na época 2012/2013 (participou no jogo contra o Olhanense), é apontado pela opinião especializada como um caso sério da formação do FCP, a ter em atenção nos próximos tempos.
Depois de uma 2ª temporada na 2ª liga em excelente nível, e tendo o FCP apostado, para a época que aí vem, num treinador com carreira feita na formação jovem (em Espanha), tudo apontava para que esta temporada Tozé viesse a integrar o plantel principal do FCP, à semelhança do que sucede, por exemplo, com o seu colega de equipa Gonçalo Paciência, filho do antigo avançado do Porto, Domingos Paciência.
Infelizmente, para Tozé, o facto de sobressair na formação do FCP, e na selecção portuguesa, não foi suficiente para conseguir um lugar ao sol que faz pelo Estádio do Dragão, como tanto desejaria e seguramente mereceria. 
O jovem craque forjanense acabou por ser emprestado ao Estoril-Praia por 2 épocas, equipa que ficou ainda a deter 35% do seu passe. 
Pode ser que Tozé faça 2 épocas sensacionais e o FCP acabe por resgatá-lo ao Estoril. No entanto, a venda de parte do seu passe, e o investimento do FCP em jogadores estrangeiros, a que acresce a falta sintomática de aposta nos seus jogadores da formação, fazem indiciar que Tozé nunca venha a ter um lugar no plantel principal do FCP, onde possa confirmar todo o potencial que lhe vaticinam.
Aos 21 anos deve ser complicado para um miúdo que é craque entre os seus pares ser preterido, por exemplo, face a um Óliver de quem nunca ninguém ouviu falar. Mas essa é a realidade com que se depara qualquer jovem que esteja a fazer a sua formação no FCP.
Resta, assim, para Tozé, ter a sorte de fazer uma boa carreira no Estoril e conseguir justificar uma oportunidade no plantel principal do FCP ou noutro grande que aproveite a sua qualidade caso se venha a confirmar o fim de ciclo no FCP. 
Até lá, o jovem atleta forjanense deverá continuar a investir em concluir o curso de Medicina Veterinária, certo de que a carreira de futebolista é curta e imprevisível, sobretudo quando se sai da formação do FCP rotulado como craque e nem a possibilidade de fazer a pré-época se tem.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Os 9 meses do "Carolino"!

Desenganem-se os que pensaram numa primeira leitura do título que este post era sobre arroz! Desenganem-se também os que pensaram que era sobre gravidez!

O "títalo" (como diria o grande Jorge Jesus) tem apenas o intuito de reflectir o período de tempo que demora a formar um vida... ou a formar coisa nenhuma! O resto deste post versará necessariamente sobre coisa nenhuma.

O "Carolino", como a imagem indicia, é apenas uma representação mental "da coisa"!

Assim sendo, falemos sobre coisa nenhuma e sobre a barriga da Carolina.
9 meses passados desde as últimas autárquicas dou por mim a pensar que poderia aqui duplicar tudo o que escrevi aquando da passagem "simbólica" dos 6 meses sobre as ditas, com uma ligeira nota de "3 meses passaram após esta"!

Mas... se aos 6 meses a gente tinha a esperança de que "isto ía ser uma gravidez perfeita"... hoje, 9 meses volvidos... arrisco dizer que isto foi "Quase" uma gravidez "patrocínio". É que a gente tem visto muito desporto e agenda turística, (demonstrando que pelo menos um faz por estar em forma) mas... quanto à generalidade dos restantes... nota-se o "quase", a barriga parecem ser só gazes e, ao invés da Carolina, nenhum rebento viu a luz do dia. 

Um concelho cada vez mais em forma, para o qual vai contribuindo a dieta de pobre (também conhecida como fome).

Não esqueçamos no entanto que eu sou um homem de fé! E que se mais ninguém acredita, eu pelo menos acredito! Acredito que "algo surgirá um dia"! Que esta gestação (ou seria gestão?) é capaz de ser de elefante e vai levar uns 20 a 22 meses a mostrar algo! E se assim for, é porreiro, pois ou sai uma coisa em grande, ou sai apenas de tromba.

Bem... voltemos ao assunto: coisa nenhuma - um título que bem poderia ter dado programa eleitoral. 

A verdade é que, como assinalei há 6 meses, aqui pelo burgo, o poema de Pessoa anda hoje em registo "o povo quer, o homem nem sonha, e assim sendo a obra não nasce". É o marasmo! 

Sucedem-se as entrevistas de "vou fazer acontecer", "tenho intenção de", "um dia ainda hei-de dizer que fiz"... mas na prática, vivemos à sombra da D. Inércia - aquela do BES, que diz ter rendimentos sem fazer puto.

Eu bem sei que toda a gente diz mal dos políticos e que é mais confortável ser apenas funcionário público (mesmo que toda a gente diga também mal destes) mas... bolas! Exige-se rasgo, projecto, rumo e obra. Que isto de termos políticos para gestão corrente... seria preferível termos só meia-dúzia de chefes de secção que fizessem bem o trabalho.

É bonito ver a marginal cheia de gente, mas é tempo de deixarmos de acreditar que Esposende é a marginal.

E com isto digo que tenho saudades dos tempos em que fazia política! Dos tempos em que o marasmo era o inimigo número 1. Agora anda por aqui tudo às moscas à espera que chova (e graças a Deus tem vindo com fartura) e de resto parece que só é preciso limpar o pó da mobília no concelho.

Atrevo-me a arriscar o palpite de que dentro de 3 meses o título do post começará "dou aqui por integralmente reproduzido tudo o que foi escrito em 17.07.14" e tenho um certo receio que aquele que vai mostrando dinâmica se torne não um modelo a seguir mas sim um alvo a abater.

Posto isto, falemos do trabalho dos nossos autarcas em prol da nossa terra:







.(ponto final)


E assim se passaram 9 meses... e há gajos que estão sempre a criticar! Raios partam essa gente!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Hotel Nélia, memória ou futuro?

Antes de mais, digo que tudo o que vou escrever aqui nada tem de persecutório da família em causa e nada tem de crítico acerca da gestão dos espaços.Apenas me interessa a utilização do espaço e do que fazer com ele. 
  
O Hotel Nélia apresenta-se como um dos casos mais flagrantes de um mau uso das valências turísticas esposendenses. Se juntarmos ao Hotel Nélia o Hotel do Pinhal do Ofir e a Pousada da Juventude de Fão, é fácil perceber que, para a nossa dimensão, são demasiados espaços devolutos e em posição priviligiada, e uma Pousada que parece que não existe nos roteiros de férias.
Um hotel devoluto no centro de uma cidade como Esposende é privar a cidade de um pólo de atração de pessoas, turistas, conferências, reuniões, fins-de-semana de empresa, já que quem se lembra bem do Hotel Nélia a funcionar lembra-se da quantidade de grupos e de pessoas que ali afluíam e que hoje se perderam e já não voltam. 
Este hotel seria um pilar importante para criar em Esposende as condições para um turismo de Primavera/Outono, fora das alturas de Verão onde o nosso clima não permite ser uma mais-valia perante outros destinos. 
Com esta orientação, seria possível criar uma dinâmica de grupos de turistas do norte da Europa e Europa central que geralmente nos visitam nessas alturas, e estes ficam mais do que uma semana, e vêm dispostos a gastar dinheiro nos restaurantes, lojas, rent-a-car e esse mercado seria o mais apetecível e o mais próximo de ser satisfeito atentas as nossas capacidades turísticas.
Mesmo que não fosse possível de abrir um hotel a plena capacidade, já me daria por satisfeito se o café fosse reativado. Falta a Esposende um local de tertúlia, um local onde seja agradável estar, conversar, beber um copo e onde a decoração do interior não nos atire para o minimalismo, paredes de cores creme e cadeiras em materiais sintéticos de formas estranhas e música aos berros. Algo do género pub inglês ou taberna espanhola, que seja agradável no Verão e acolhedor no Inverno. Não me digam que um café com varanda sobre a “Rua direita” não faria sucesso.
Sei que me dirão que o Hotel encontra-se em mãos de privados, e que seria necessário investimento quer na aquisição, quer na recuperação. Mas para que temos empresas públicas criadas a partir da Câmara Municipal senão para estes casos?  De que nos interessa ter empresas com contas limpas se não existir investimento? Este é um dos investimentos que seria altamente justificável, nem que seja via expropriação, nem que seja via angariação de investidores para ele, para o retirar do estado em que se encontra.
Para quem anda neste mundo sabe que para o ano teremos o Rally de Portugal de volta ao Norte de Portugal. Seria importante tentar aproveitar a mais do que provável enchente de pessoas para ver a prova, vindas de Portugal e Espanha, e a presença das diversas equipas que precisam de alojamento. Como? Associando-se desde já à prova. Sei que o preço para ter a passagem da prova é elevado mas ser parceiro oficial requer menor esforço mas ainda substancial, mas não me venham já dizer que não podemos retirar proveito deste evento. Já chega não termos conseguido retirar proveito do Euro 2004, alguém se lembra?
Para quem anda neste mundo da hotelaria, e mesmo para mim que não anda, sabe que existe um projecto de abrir um hotel em Viana do Castelo com foco no mercado chinês e russo. O que nos falta para acolher este espaço? O que nos falta  para nos podermos dedicar a nichos de mercado?
Olhando para as movimentações da disponibilidade de vôos das companhias de baixo-custo tenho a convicção que o aeroporto do Porto perderá passageiros com a abertura da base RyanAir em Lisboa e da ampliação do Terminal 2 de Lisboa que já levou para Lisboa alguns dos vôos que estavam no Porto. Este conjunto de alterações leva a que o turismo de “fim-de-semana” sofra uma baixa e se veja o turismo de média duração a subir e uma idade média também mais elevada. Claro que isto é algo que o Porto e a região Norte terá de contrariar, mas isso daria para outro artigo.
Um bom exemplo é o centro de atividades Kook Proof (que irei falar mais em detalhe neste blog) que desde que abriu já recebeu a visita de dezenas de turistas e quase todos dos países nórdicos e anglo-saxónicos e que chegam cá dispostos a gastar dinheiro no comércio local mas que não se importam de preservar a natureza.
Esposende deve apostar na classe e na elegância, porque elas nunca saem de moda.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Merendas

No passado Domingo, enquanto passava pela marginal de Esposende, verifiquei que estavam imensos autocarros estacionados e muita gente a merendar nos locais mais inusitados. 
Era ver as pessoas a merendar nos muros das casas, nos poucos bancos que por lá existem, nos relvados, na plataforma de madeira que lá existe e até mesmo dentro dos jardins das casas onde não habita ninguém ou são simplesmente casas de férias...

Parece-me necessário rever esta situação, criando espaços onde quem nos visita possam efectivamente merendar, criando condições para tal. 
Não só na cidade mas nas freguesias, do nosso concelho, onde existem tantos espaços que podem ser melhor rentabilizados.
Não é só a questão das pessoas estarem a utilizar a via pública e espaço privado para "comer uma bucha" mas, também, pela quantidade de autocarros que estavam estacionados e que não ficam "enquadrados" numa paisagem de si tão bela. 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Os guardiães do templo (de sabedoria)

Morreu o Senhor Pimentel.
E, com a notícia, regresso por instantes aos meus 15 anos, altura em que ingressei no liceu.
Para muitas gerações de esposendenses, o Senhor Pimentel era o primeiro contacto na Escola Secundária Henrique Medina. Dia após dia, mês após mês, ano após ano.
Ao fim de algum tempo, gera-se uma relação de cumplicidade com o porteiro da escola. São as conversas corriqueiras sobre a nossa terra e o mundo; as tentativas (infrutíferas) para sair da escola em horário de aulas; ou o vigiar o pavilhão enquanto se joga uma futebolada.
O Senhor Pimentel tinha porte imponente, e cumpria muito a sério a sua missão. Jogou muitos anos futebol em Angola (se não estou errado, creio ter sido mesmo campeão por lá) e muito raramente algum aluno conseguia sair da escola em tempo de aula.
A notícia do seu falecimento faz evocar anos importantes e decisivos da minha formação, estudantil e humana. Desse tempo, o Senhor Pimentel é uma figura indissociável.
Outro porteiro marcante, e que aproveito para recordar neste espaço, foi o Senhor Carvoeiro. Comunista devoto e um verdadeiro portista dos 7 costados, o Senhor Carvoeiro era a primeira bandeira do ciclo. Tantas e tantas conversas que foram trocadas junto do seu posto de comando. Quase sempre sobre o seu Porto e os outros grandes. Até causava impressão como é que um Senhor tão afável e bom conversador podia ser comunista. Mas isso nunca foi pretexto para beliscar a enorme empatia tida para com o Senhor Carvoeiro, cujo falecimento há alguns anos atrás foi também sentido.
Senhor Pimentel e Senhor Carvoeiro. Os guardiães dos templos de sabedoria do concelho de Esposende. Eram as primeiras imagens à chegada às escolas, e também a última imagem delas. Souberam imprimir um tom responsável no exercício das suas funções, aturando com bonomia as irreverências próprias de idades mais novas. Dois rostos que se tornaram símbolos das escolas onde trabalharam, marcando gerações de esposendenses.