quarta-feira, 12 de março de 2014

Saint Moritz, o futuro é este Esposende.

Saint Moritz é uma pequena cidade situada nos Alpes, com uma população e uma área geográfica aproximadamente à de Esposende.

Esta pequena cidade é conhecida como o berço dos desportos de Inverno e já albergou por 2 vezes os Jogos Olímpicos de Inverno, 1928 e 1948, é um ponto de passagem obrigatório para os diversos campeonatos mundiais de desportos de inverno, tem uma estação de comboio onde termina uma linha ferroviária com estatuto de património material da Humanidade pela UNESCO, é servida por um pequeno aeroporto para jatos de pequeno porte que detém o título de aeroporto da Europa a maior altitude, tem uma escola de aviação, tem 4 hóteis de 5 estrelas, um clube de vela, um clube de hipismo, nas suas ruas existem Rolls-Royces e ouve-se russo.
O seu comércio local conta com restaurantes galardoados com estrelas do Guia Michelin, conta com um stand da Maserati, lojas da Hermés, Prada, Bulgari, Gucci, La Perla e mais algumas marcas do mesmo calibre, mas também conta com duas sucursais do COOP (o equivalente ao Pingo Doce) e conta com uma loja do cidadão e ainda, e o que mais me surpreende, conta com um serviço de autocarros, 3 linhas, dentro da cidade.

Relembro, esta cidade é do tamanho de Esposende…

E ao descrever isto lembro-me do que os meus pais me contavam do que era Esposende há uns valentes anos atrás, lembro-me do que era a movida e os acontecimentos que aqui ocorriam e de como era normal receber eventos de grande visibilidade em Esposende. Claro que hoje a mesa do xadrez mudou e os olhares e o dinheiro mudou de mãos e mudou de rotas, que o poder industrial passou a ter mais força no magnetismo de certos eventos e tornou-se mais aglomerador de mais dinheiro e de mais atenção.
Mas o dinheiro não compra o mais importante: classe!  

 E é aqui que o nosso esforço de turismo tem de ser centrado, classe, classe e mais classe!

Nos últimos anos verificamos que Porto, Matosinhos e Leça só se notabilizam por eventos agarrados a um público jovem e a reboque das cervejeiras ou empresas de telecomunicações. Póvoa de Varzim e Vila do Conde seguem o seu exemplo mas numa dimensão muito mais reduzida. Viana do Castelo e a restante orla costeira do seu distrito vivem do turismo sazonal de Verão e pouco mais. Se formos mais longe, Espinho vive quase em exclusivo do que o seu casino quiser, Vagos e Mira quase não existem e a Figueira da Foz é uma sombra do que era.
Como concelho temos de reganhar este espaço, temos de reganhar esta credibilidade.

Somos pequenos? É verdade, mas assim conseguimos ser mais autênticos e melhor controlar o nosso planeamento e território.
Não temos um clima tropical? É verdade, mas nem toda a gente gosta de dias de 45ºC, e em muitos países o calor excessivo é um motivo de descompensação.
Não temos grandes praias? É verdade, mas podemos redescobrir o rio como atração turística e como local de eventos de atividades naúticas.
Não temos hóteis de grande capacidade? É verdade, mas as torres de Ofir serviriam muito bem para serem esse hotel de referência, caso Torralta.
Não temos atividades? É verdade, mas isso dá espaço em termos de tempo e espaço para novos eventos.

Voltarei a este tema novamente, mas fica a ideia do meu ideal para Esposende, ser a referência de turismo entre o rio Minho e o Rio Douro a curto prazo e entre o Rio Minho e a Ria de Aveiro a médio-longo prazo! 

Sem comentários:

Enviar um comentário