quinta-feira, 6 de março de 2014

Caminhada na Marginal

Corre nos últimos tempos a intenção de revitalizar o Forte São João Baptista.
Esta vontade surge como um bom complemento à recente renovação da Marginal de Esposende e a antecipar o ainda não iniciado parque da cidade de Esposende, mas mais do que isso, é uma oportunidade para termos um novo rumo na política urbanística de Esposende e corrigirmos alguns problemas (opinião pessoalíssima) antigos ao nível da marginal de Esposende.

Mas que problemas?

1)Um dos maiores problemas da marginal de Esposende é o facto de termos apenas habitação familiar a quase todo o seu comprimento e o que não é habitação familar está demasiado afastado dela para garantir movimento e vivacidade à mesma, caso do Mercado Municipal, ou são edifícios institucionais, caso da capitania e do tribunal, ou terreno virgem.  Este urbanismo não permite a existência de locais de comércio e de lazer ao longo da marginal,  tais como restaurantes, cafés  ou mesmo bares, que permitiriam alargar o movimento de pessoas a um maior comprimento e não ficar restringido à zona do Pé-no-rio e que não retirasse da cidade a vista da foz do Rio Cávado.
2)Outro dos grandes problemas da Marginal de Esposende é a Área Protegida do Litoral de Esposende. Sei que alguns me dirão que o ambiente é importante, mas desde que alguém descobriu  que no meio de uma zona protegida se poderia construir uma habitação falar de Área Protegida  de Esposende é o mesmo que falar do Homem das Neves, só acredita nela quem quer…
As restrições ambientais fazem com que seja quase impossível recriar a zona balnear junto ao Suave-Mar ou criar as condições para desportos naúticos nessas mesmas zonas e que permita valorizar o facto de Esposende ser uma das melhores zonas para kitesurf a nível europeu e crescer também nos campos da vela e das classes de embarcações curtas.
3)A localização do Mercado Municipal e do parque de estacionamento adjacente e o edifíco da Guarda Fiscal. As suas localizações são um empanque na fluidez arquitectónica da zona central e atiram o comércio para fora da rota das pessoas que ali passam e utilizam os passeios, já que quem usa o parque de estacionamento não precisa de passar pelas lojas.

Que soluções?
A solução não é fácil e requer políticas de urbanismo a longo prazo e uma mão-forte por parte da gestão camarária.  Inicialmente seria necessário restringir a construção nessa zona e apenas permitir a construção de habitação com zona comercial turística e mesmo zona comercial pura. Ter-se-ia de recorrer a expropriações dos espaços baldios e das casas abandonadas naquela zona.Seria necessário a recolocação das infra-estruturas ligadas ao turismo e lazer nestas novas localizações.  Esta transferência teria de ser incentivada e patrocinada, fazendo assim da marginal o ponto fulcral para esta indústria e libertando a parte interna de Esposende para outras atividades económicas.  
Teríamos também de relocalizar a Guarda Fiscal e o Mercado Municiapal, abrindo esses espaços a novas utilizações, já que estes dois espaços não têm sentido na sua localização actual, um deveria estar na zona Sul onde está a maior densidade populacional e o outro fora da cidade, onde se situa a GNR.

Solução para o Forte São João?
A solução para o Forte têm de ser integrada na política a aplicar restante Marginal.
A ser renovado isoladamente, deveríamos ter algo que permita uma utilização permanente e que dê vida quer no Verão quer no Inverno logo deveria ser ou um hotel, mínimo de 4 estrelas, ou colocar as instituições ligadas ao mar naquela zona.  Poderíamos mesmo falar de um local de excelência para aglomerar instituições ligadas ao mar ou mesmo centros de investigação,ou novas tecnologias, etc, que permita um fluxo de pessoas constante e atrair em época baixa movimento.

P.S: Se alguém do Hotel Suave-Mar estiver a ler, aqui vai uma dica grátis: sacrifiquem alguns quartos no último andar e transformem-no num bar panorâmico  e têm um dos mais apetecíveis espaços da zona norte.

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